Rio de Janeiro Street Railway
Companhia São Christóvão
1869 - 1916
Histórico
No dia 23 de junho de 1869, através do Decreto Nº 4.383 é concedida permissão à Companhia Street Railway de implantar uma segunda via na linha da Tijuca e construir os ramais da Cancella e Rio Comprido.
Em 1869, início do assentamento dos trilhos do ramal da Tijuca, da companhia Rio de Janeiro Street Railway, aproveitando o leito da antiga E.Ferro da Tijuca (1859-1866).
Em setembro de 1869, início do assentamento dos trilhos da Rio de Janeiro Street Railway – RJSR. Já no dia 25 de novembro é inaugurada a primeira linha da RJSR, entre o Largo São Francisco de Paula e São Cristovão, com 14,4 km de extensão.
No dia 8 de março de 1870, inauguração da segunda linha da Rio de Janeiro Street Railway - RJSR, para o Andaraí (Tijuca), com 13,6 km de extensão, até a localidade de Segunda-Feira. No decorrer do ano, são inauguradas as seguintes linhas:
Sacco do Alferes, 30 de junho, 4,900 km
Catumbi, 12 de novembro, 3,900 lm
Caju, 15 de dezembro, 2,150 km
A linha do Sacco do Alferes tinha ponto final no fim da Rua do Livramento. Os carros eram amarelos, com luzes amarelas à noite.
No dia 14 de janeiro de 1871, inauguração das linhas de bonde da Haddock Lobo e Rio Comprido da Rio de Janeiro Street Railway Company.
Ramais da Rio de Janeiro Street Railway em 1871:
São Christóvão, 14,435 Km, inaugurado em 25/11/1869
Tijuca, 13,563 Km, 08/03/1870
Tijuca, 13,563 Km, 08/03/1870
Sacco do Alferes, 4,926 Km, 30/06/1870
Catumby, 3,856 Km, 12/11/1870
Caju, 2,150 Km, 15/12/1870
Rio Comprido, 1,634 Km, 14/01/1871
Cancella e Pedregulho, 2,235 Km, 01/04/1871
No dia primeiro de abril de 1871, inauguração do ramal da Cancella da Rio de Janeiro Street Railway, com 2,235 km.
No dia 28 de outubro de 1872, através de ofício, a Companhia RJSR solicita o prolongamento de suas linhas até a Rua Primeiro de Março. O pedido é indeferido.
Em 1872, a Rio de Janeiro Street Railway Company contava com 37,896 km de linhas.
No dia 3 de junho de 1873, de acordo com a deliberação da assembleia geral dos acionistas, a Rio de Janeiro Street Railway Company transfere sua sede de New York para o Rio de Janeiro, passando a ser denominada Companhia Ferro Carril de São Cristóvão, de acordo com os novos estatutos aprovados pelo Decreto Nº 5.466 de 12 de novembro de 1873. A Companhia contava nesta época com 150 bondes de diversos tipos e 2.000 muares. Nesse ano a companhia recebe autorização para estender suas linhas pela Rua Bella de São João e outras do bairro de São Christóvão.
No dia 11 de junho de 1873, através do Decreto Nº 5.307 a Companhia São Cristóvão recebe autorização para instalar dois novos ramais, o primeiro, na rua do Bispo, e o segundo na Rua Desembargador Isidro, para a Linha Fábrica das Chitas. Os ramais são instalados nas condições expressas no Decreto Nº 4.383 de 23 de junho de 1869. Os ramais são instalados no mesmo ano.
Linhas da Companhia em 1873
Ponto Inicial: Largo São Francisco de Paula
Tijuca
Rio Comprido
São Christóvão
Ponta do Caju
Cancella
Pedregulho
Catumby
Saúde
Sacco do Alferes
Estação da Companhia São Christóvão no Largo São Francisco de Paula em 1873
No dia 24 de dezembro de 1875, através do Decreto nº 6.073, atendendo aos pedidos dos moradores, é concedida à Companhia São Christovão autorização para prolongar seus trilhos pela rua da Praia do Retiro Saudoso.
Em 1875, a Companhia São Christóvão contava com 83 bondes e 39,456 km de linhas com bitola de 1,30 m, transportando nesse ano 7.979.376 passageiros.
Em 1876, Companhia São Christóvão recebe autorização para implantação de linha na Rua Bella de São João e Alegria até o Largo de Benfica, através do Decreto nº 6361 de 25 de outubro de 1876.
Em 1877, a Companhia São Christóvão inaugura nova linha pela Rua Bella de São João, desde a rua do Pau-Ferro até a rua da Alegria (atual Avenida Brasil), com 1,580 km de extensão. A Companhia, que já contava com 89 carros, passa a contar com 38,401 Km de linhas.
Em 1877, encontrava-se pendente o pedido da Companhia para prolongar seus trilhos na rua São Januário, a partir da Cancella.
No dia 25 de outubro de 1881, através do Decreto n. 6.361 é concedida à Companhia São Christóvão autorização para prolongar seus trilhos pelas ruas Bella de S. João e da Alegria até o Largo de Bemfica.
Em 1881, a Companhia São Christóvão conta com 56,727 km de linhas, 75 carros abertos e 28 fechados, além de 1.608 muares e 7 linhas em operação:
Caju
Fabrica das Chitas (atual Praça Sáenz Peña)
Tijuca (até a Raiz da Serra)
Sacco do Alferes
Catumby
Bispo
São Januário
Em função dos resultados satisfatórios das experiências realizadas com tração a vapor nos percursos além da estação do Mangue, foi autorizada a companhia a empregar a mesma tração na linha da Tijuca, para o que dispõe de uma locomotiva "Baldwin Locomotive Works".
"Os bondes da linha da Tijuca são puchados por uma locomotiva de número 126 A, da rua Conde de Bonfim até o ponto terminal da linha (Raiz da Serra); a locomotiva não trabalha sinão: de manhã das 7h e 39 min. ás 9 e 39, e de tarde das 2h e 59 min. ás 6 e 39. Gasta a locomotiva quer na subida, quer na descida cerca de 5 minutos. Nas outras horas do dia os carros são puchados por 3 ou 4 animaes." - Guia do Viajante do Rio de Janeiro de 1881.
Em 1881 é substituída a estação da Tijuca. A Companhia também contava com estações no Largo São Francisco de Paula e outra na rua Visconde de Itauna.
No dia 17 de junho de 1882, através do Decreto 8.595, é aprovado o acordo celebrado pela Companhia Carris Urbanos e de São Christóvão para o estabelecimento das linhas 7ª e 8ª , mencionadas na cláusula 2ª das que baixaram com o Decreto nº 7.007 de 21 de agosto de 1878.
Em 1882, a Companhia São Christóvão prolonga a linha da Estrella em mais 400 metros através da rua da Conciliação.
No dia 18 de agosto de 1883, através do Decreto nº 8.991, a Companhia São Christóvão recebe autorização para prolongar a linha da rua Barão de Itapagipe até a frente da matriz da freguesia do Engenho Velho.
No dia 18 de dezembro de 1883, a Companhia São Christóvão inaugura o prolongamento de 962 metros da linha da rua do Bispo com um ramal pela rua Barão de Itapagipe e outro ramal pela rua Santa Alexandrina. A companhia contava no início do ano com 79 carros abertos e 27 fechados.
Em 1883, com 105 carros e 55 km de linhas, a Companhia transporta 10.934.747 passageiros.
No dia 16 de fevereiro de 1884, através do Decreto n.9.635, após solicitação, a Companhia São Christovão recebe autorização para modificação do traçado que se refere o Decreto n. 8.991 de 18 de Agosto de 1883. O novo decreto concede à companhia permissão para destacar da linha da rua do Haddock Lobo um ramal até á frente da Matriz da Freguezia do Engenho Velho, na rua de S. Francisco Xavier, e para prolongar a linha da rua do Bispo, no Rio Comprido, pela rua do Barão de Itapagipe, até ao fim desta.
No dia 17 de junho de 1884, foi entregue ao tráfego 3,565 km de linhas no ramal de Estácio de Sá da Companhia São Christovão, referentes ao Decreto 8.594 de 17 de junho de 1882, que aprovava o acordo celebrado com a companhia Carris Urbanos para permuta das linhas do Estácio de Sá e Sacco do Alferes.
Em 1887, a Companhia São Christóvão com 113 carros e 56,278 km de linhas, transporta 10.657.238 passageiros.
Carro da Companhia São Christóvão, passando em frente ao Real Gabinete Português de Leitura, a caminho do Largo de São Francisco. Foto Marc Ferrez, por volta de 1890
Intervalo Mínimo, em minutos, nas principais companhias de carris em 1890:
Carris Urbanos 3
Jardim Botânico 10
Villa Izabel 15
Plano Inclinado (Santa Teresa) 15
Companhia São Christóvão 20
Jacarepaguá 70
Linhas da Companhia São Christóvão em 1892
Alegria
Caju
Pedregulho
São Januário
Campo de São Christovão
Coronel Figueira de Mello
Bispo
Estrella
Santa Alexandrina
Itapagipe / Estácio
Catumby
Tijuca
Uruguay
Fábrica
São Francisco Xavier
(1) Ponto inicial no Largo São Francisco de Paula
Largo de São Francisco de Paula por volta de 1890
Foto Marc Ferrez
Coleção Instituto Moreira Sales
No dia 27 de setembro de 1894, entra em vigor Portaria Municipal que limita a lotação dos bondes das companhias Jardim Botânico, Villa Isabel e São Christóvão, em 38 passageiros, sendo 4 passageiros por banco e 6 passageiros na plataforma traseira, proibindo o trânsito nos estribos e na plataforma dianteira, sob pena de multa. Nos carros de bitola estreita da Companhia Carris Urbanos só poderiam viajar 3 passageiros por banco e 4 na plataforma traseira.
Em 1896, a Companhia contava com 62,589 km de linhas, com bitola de 1,37 m.
Em 1897, segundo o Relatório da Secção de Fiscalização de Carris, Eletricidade e Estradas de Ferro Municipaes, todas as companhias de carris vinham prestando um bom serviço à população, com exceção das companhias São Christóvão, que não respeitava muito bem os horários, e das companhias Jacarepaguá e Sepetiba, com material rodante desgastado e tráfego deficiente.
Em 1899, a Companhia transporta 18.579.150 passageiros.
No dia 16 de julho de 1900, inauguração do ramal da Rua Aguiar, na Tijuca.
Em 1900 a Companhia São Christóvão, com cerca de 130 carros de tração animal, transporta 16.462.021 passageiros pagantes, contra 18.579.151 em 1899. Nesse ano a companhia inaugura os prolongamentos das linhas da Alegria, com 1.011 metros, e do Jockey Club, com 1.358 metros, até o Largo de Bemfica.
Em 14 de junho de 1901, início do quebra-quebra, contra o aumento das tarifas de bonde, que durou 6 dias e incendiou 26 bondes da Companhia São Christóvão. A companhia em tráfego normal contava com cerca de 117 carros.
Carro de passageiros. 03/04/1904
Foto Augusto Malta / Acervo Light
Para ampliar clique na imagem e abra em uma nova guia
Entre 1905 e 1907 a companhia adquiriu oito carros de passageiros de oito bancos.
Em maio de 1905, a Prefeitura do Distrito Federal aprova o pedido de transferência da Companhia São Christóvão para a Companhia Light and Power.
Em 1906, a companhia contava com 64 km de linhas, com bitola de 1,35 m.
No dia 8 de maio de 1906, é feita petição ao Conselho Municipal para a aprovação do projeto de unificação das três companhias de carris, São Cristóvão, Villa Izabel e Carris Urbanos. Após discussões e conferências, foi promulgado o Decreto Nº 1.112 de 22 de novembro de 1906, autorizando o Prefeito a rever o contrato das três companhias. No dia 25 de junho de 1907 as três companhias assinam o contrato de unificação, com ligeiras modificações, aprovado pelo Conselho Municipal pelo Decreto Nº 1.142 de 6 de novembro de 1907. O contrato definitivo é assinado na Prefeitura no mesmo dia. A The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company Limited figura na qualidade de fiadora perante à Prefeitura Municipal, pelo fiel cumprimento de todas as condições e obrigações do contrato.
Em 1908, prosseguiam as obras de eletrificação das linhas da Companhia São Cristóvão.
Campo de São Christóvão em 1907
Eletricação
Em 1908, prosseguiam as obras de eletrificação das linhas da Companhia São Cristóvão.
O Paiz, 21/07/1908
Para ampliar clique na imagem
Em 18 de dezembro de 1916, finalmente, as companhias Villa Izabel, São Christovão e Carris Urbanos foram unificadas e integradas a Rio de Janeiro Tramways, Light and Power.
Passageiros Transportados
1870 3.167.574
1872 5.816.388
1876 8.113.033
1877 8.470.446
1879 9.448.620
1888 11.779.963
1890 14.143.664
1891 18.319.668
1892 19.339.005
1893 20.147.582
1893 20.147.582
1894 22.943.271
1895 22.146.859
1895 22.146.859
1897 19.324.828
1899 18.579.150
1903 21.236.997
1904 18.344.885
1905 23.251.770
1906 25.114.602
Média diária de Passageiros
1899 18.579.150
1903 21.236.997
1904 18.344.885
1905 23.251.770
1906 25.114.602
Média diária de Passageiros
1890 38.748
1891 50.191
1892 52.958
1893 55.198
1894 62.858
1895 60.067
Extensão das linhas (Km)
Extensão das linhas (Km)
1890 57,951
1891 57,951
1892 57,951
1893 60,480
1894 62,580
1895 62,880
Veículos de Passageiros
Veículos de Passageiros
1890 117
1891 127
1892 127
1893 126
1894 128
1895 131
Mulas
1895 131
Mulas
1890 2.073
1891 2.259
1892 2.176
1893 1.809
1894 1.813
1895 1.897
1895 1.897
Sede (1886): rua Visconde de Itaúna, 307, Mangue, atual Avenida Presidente Vargas
REFERÊNCIAS:
Pela Prefeitura foi deferido o pedido. O Paiz. Rio de Janeiro. 24 março 1905. p.1.
Página lançada no dia 5 de maio de 2018.
REFERÊNCIAS:
Pela Prefeitura foi deferido o pedido. O Paiz. Rio de Janeiro. 24 março 1905. p.1.
Página lançada no dia 5 de maio de 2018.