Jardim Botânico


Botanical Garden Rail Road Company
Companhia Jardim Botânico

1868 - 1960

Histórico

Em 1856, através do decreto 1.733 de 12 de março, o Governo Imperial concede a Cândido Baptista de Oliveira e seu filho o privilégio para construção de uma linha de ferro-carril entre o centro e a Gávea, no final da atual rua Marquês de São Vicente.

No dia 21 de novembro de 1866, o Decreto Nº 3.738 autoriza a Companhia Jardim Botânico a transferir suas ações a uma companhia estrangeira. 

No dia 2 de julho de 1868, início das obras de assentamento dos trilhos da segunda linha de bondes da cidade, pela companhia Botanical Garden Rail Road. A linha é concluída em 30 de setembro e inaugurada no dia 9 de outubro, ligando a Rua do Ouvidor ao Largo do Machado, com extensão de 3 km e bitola de 1435 mm. Os bondes eram fechados e com capacidade para 30 passgeiros, sendo 18 sentados em bancos longitudinais e 12 em pé nas plataformas de frente e de trás. Cômodos e largos podiam parar por meio de freios que prendiam as rodas. No dia 21 de novembro é inaugurada a extensão da linha desde o Largo do Machado até a esquina da Praia de Botafogo com rua Marquês de Abrantes. No dia 19 de dezembro é inaugurada a extensão até a esquina da rua Voluntários da Pátria com Praia de Botafogo. Também no final do ano é iniciado o assentamento dos trilhos do ramal de Laranjeiras. Os bondes de tração animal desenvolvem velocidade entre 8 e 10 km /h.

Itinerário da primeira linha: Gonçalves Dias, esquina com Ouvidor, Largo da Carioca, rua d´Ajuda, rua do Passeio, Largo da Lapa, rua da Glória, rua do Catete e Largo do Machado.


Diário do Povo, 14/11/1868


Em princípios de janeiro de 1869, inauguração do ramal de Laranjeiras da Companhia Botanical Garden, com linha na rua das Laranjeiras desde o Largo do Machado até a esquina da rua Guanabara (atual rua Pinheiro Machado). No mesmo mês são recebidos 4 novos bondes, e em fevereiro mais 6. Em julho a companhia contava com 19 carros, todos fechados.


Revista Light, julho 1939


Em março de 1869, a companhia contava com 7,893 km de linhas, sendo 5,710 km na linha principal e 2,183 no ramal de Laranjeiras.

Em 1870, quando a cidade do Rio de Janeiro contava com 235 mil habitantes, as linhas da Companhia Botanical Garden ligavam a rua Gonçalves Dias até a extremidade da Praia de Botafogo (5,710 km) com um ramal para o bairro das Laranjeiras, desde o Largo do Machado até a esquina da Rua Guanabara, com 2,183 km de extensão. O prolongamento até o Jardim Botânico se encontrava em construção. Nesse mesmo ano surgem os bondes abertos para fumantes com capacidade para 24 passageiros sentados em 6 bancos transversais. 


Praia de Botafogo


Enquanto o prolongamento da linha para o Jardim Botânico não era inaugurada, funcionava a conexão entre os bondes da Companhia Botanical Garden e a linha de ônibus de tração animal, entre a Praia de Botafogo e o Jardim Botânico.

Nos horários de maior movimento os bondes da Companhia Jardim Botânico não davam vasão ao grande volume de passageiros, necessitando para isso aumentar o número de viagens, que não era possível, em função da operação em linha singela no centro da cidade. 

No dia primeiro de janeiro de 1871, inauguração da extensão da linha bonde de tração animal da Companhia Botanical Garden, em linha singela, da Praia de Botafogo, esquina com Voluntários da Pátria, até o portão do Jardim Botânico, com 5,230 km de extensão. No fim do ano a linha é estendida até Três Vendas (rua Boa Vista), com mais 1,037 km de extensão. Nos horários de maior movimento os carros da companhia já não dão vazão ao fluxo de passageiros. Enquanto a linha singela no centro não for duplicada, não poderão ser colocados novos carros em tráfego. A companhia passa a contar com 13,123 km de linhas, sendo 5,710 km no trecho Ouvidor – Praia de Botafogo, 5,230 Praia de Botafogo-Jardim Botânico e 2,183 km no ramal de Laranjeiras, até a Rua Guanabara.

Em 1872, a Companhia Botanical Garden já opera até o Largo das Três Vendas, na atual Praça Santos Dumont na Gávea, totalizando 20,845 km de linhas.

Por volta de 1872, foram inaugurados os ramais das ruas Senador Vergueiro (Caminho Velho), Travessa dos Tamoios, e Caes Novo da Glória.

Em 17 de dezembro de 1873, inauguração do prolongamento da linha do Largo de Três Vendas, atual praça Santos Dumont, até a Olaria (meio da Avenida Marquês de São Vicente), com 708 metros de extensão.

Devido à concorrência dos bondes, o serviço de Gôndolas é extinto. A população dava preferência aos bondes por sua circulação suave, sem as trepidações das ruas desniveladas.


Projetos de bondes de 1873


Em 17 de janeiro de 1874, a Companhia Botanical Garden, abre ao tráfego o trecho Três Vendas (atual Praça Santos Dumont) até a nova estação Olaria, localizada na Avenida Marques de São Vicente. No mesmo ano foi concluída a duplicação da linha entre o Largo dos Leões e a Lagoa Rodrigo de Freitas. A população reclama pelo prolongamento da linha de Laranjeiras até às Águas Férreas (Cosme Velho). Para construção de estação central na Praça Duque de Caxias, atual Largo do Machado, foi requerida desapropriação de três grandes prédios. 

Em 1875, a Companhia Botanical Garden contava com 69 carros, sendo 36 abertos e 33 fechados, e três estações: Central, na Praça Duque de Caxias, atual Largo do Machado, Olaria, na atual Avenida Marquês de São Vicente, e noLargo dos Leões.


Estudo para a futura estação de Olaria, datada de 10 de novembro de 1875

Estação Olaria, fotografada no século XX


No final de 1875, a cidade do Rio de Janeiro contava com 142,645 km de linhas, sendo 22,6 Km da Botanical Garden.

Evolução da Rede

Ano                Extensão           Passageiros        Carros
                      (Km)

1875               22,590               6.082.532
1876               23,357
1883               35,982               8.184.487           66 
1887               37,567             10.925.085           80


Bonde fechado na Praça José de Alencar em 1875
Foto de Marc Ferrez



A Companhia Jardim Botânico em 1875

22,190 Km de linhas, com bitola de 1,44 m
Frota de 36 carros fechado, 33 abertos e 2 mistos
600 muares
6.082.532 passageiros transportados

Em janeiro de 1876, início da obra de assentamento dos trilhos do prolongamento de 400 metros do ramal de Laranjeiras até a Bica da Rainha, sendo inaugurado no dia 14 de outubro, passando a extensão total das linhas da companhia para 23,357 km.

Em 1876, a Companhia Botanical Garden contava com 71 carros, sendo 36 abertos e 35 fechados, além de 600 muares que trabalham uma média de duas horas por dia, trafegando em velocidade média de 11 km/h.

Em 1876, a Companhia Botanical Garden executa o desmonte de parte da ladeira do Santo Antônio para o alargamento da rua da Guarda Velha, permitindo a ligação até o Largo da Carioca.

Em 1877, a Companhia Botanical Garden implanta via dupla na Rua Senador Vergueiro, no Flamengo, sendo retardada a construção da segunda via na Rua Marquez de Abrantes, em razão das escavações necessárias à construção das galerias de esgoto. Também se acha quase concluída a segunda linha para Laranjeiras. A Companhia conta com 71 carros.

Em 1879, implantação de sistema de comunicação por telefone entre as estações de bonde de tração animal da Companhia Botanical Garden. Nota-se que o invento de Thomas Edison foi divulgado pela primeira vez na Feira de Philadelphia em 1876.

Em 1879, em função da Companhia Copacabana não ter cumprido o preceito da cláusula 29 do decreto 5785 de 4 de novembro de 1874, foi por este e outros motivos considerada caduca a concessão, nos termos do decreto 7.673 de 21 de fevereiro de 1880, ficando sem efeito o contrato.

Em 1880, no dia primeiro de janeiro, movimento popular contra o imposto de 1 vintém (20 Réis) sobre os preços das passagens de bondes, gerando “quebra-quebra” e barricadas.

No dia 25 de agosto de 1880, é dada autorização a Companhia Botanical Garden ao assentamento de trilhos nas ruas Bambina e Olinda no bairro de Botafogo No dia 29 de novembro de 1880, é iniciada a operação do ramal da Rua São Clemente até o Largo dos Leões, com 1,779 km de extensão, compondo binário com a antiga linha da Rua Voluntários da Pátria, inaugurada em 1871. 

Em 1880, em função da Companhia Copacabana não ter cumprido o preceito da cláusula 29 do decreto 5785 de 4 de novembro de 1874, foi por este e outros motivos considerada caduca a concessão, nos termos do decreto 7.673 de 21 de fevereiro de 1880, ficando sem efeito o contrato.


Mapa da Lagoa Rodrigo de Freitas em 1880
com a linha do Jardim Botânico


Em 1881, a Botanical Rail Garden muda sua sede de New York para o Rio de Janeiro e no ano seguinte muda sua razão social para Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico. No dia 15 de fevereiro é iniciado o serviço de correspondência entre as linhas de Laranjeiras e Botafogo, sendo na mesma data reduzido a 300 réis o preço das passagens entre a cidade e o Largo dos Leões. No dia 23 de maio de 1881 é finalmente iniciada a construção da estação da Praça Duque de Caxias, atual Largo do Machado.

Linhas da Companhia em 1881, com saídas da rua Gonçalves Dias:

- Olaria (Gávea), via Marquês de Abrantes e Voluntários da Pátria;
- Largo dos Leões, via Marquês de Abrantes e Voluntários da Pátria;
- Praia de Botafogo (esquina Rua da Passagem), via Marquês de Abrantes;
- Praia de Botafogo (esquina Rua da Passagem), via Senador Vergueiro;
- Largo dos Leões, via Marquês de Abrantes, São Clemente;
- Laranjeiras, até a Bica da Rainha;
- Largo do Machado

Todas as linhas faziam ponto final na rua Gonçalves Dias, esquina com Ouvidor, e tinham o seguinte itinerário comum até o Largo do Machado: Gonçalves Dias, Largo da Carioca, Rua da Guarda Velha, Largo da Mãe do Bispo, Rua da Ajuda, Rua do Passeio, Rua da Lapa, Largo da Glória, Rua do Catete, Praça Duque de Caxias.

Na integração entre as linhas de Botafogo e Laranjeiras os passageiros deviam avisar ao conductor no momento do pagamento da passagem, recebendo do despachante um cupom ao chegar na Praça Duque de Caxias (Largo do Machado).

Em 1882, é inaugurada nova linha de bonde de tração animal no bairro de Botafogo, através das ruas Marquês de Olinda, Bambina, São João Batista, General Polidoro e Real Grandeza. Nesse ano a Companhia Jardim Botânico contava com 32,242 km de trilhos, incluso linhas duplas e desvios. Foram transportados 74.982 passageiros com bilhete de correspondência Botafogo - Laranjeiras.

Em 1882, a Companhia Botanical Garden contava com 32,242 km de linhas, incluindo linhas duplas, simples e desvios.

Em maio de 1883, recebe abaixo-assinado dos moradores solicitando o prolongamento até o Cosme Velho. 

Em 1883, Companhia do Jardim Botânico conta com  66 bondes de passageiros, 15 bondes de serviço, 36 km de vias e 974 muares. No dia 25 de dezembro é inaugurado o prolongamento de 670 metros até a Gávea (Ponte da Rainha).


Ponto inicial da rua Gonçalves Dias esquina com a rua do Ouvidor em 1883 
Foto Marc Ferrez


Em 20 de outubro de 1883, através do Decreto nº 9.044, atendendo às reclamações dos moradores da Gávea e do Cosme Velho, foi dada autorização à Companhia Jardim Botânico para prolongar sua linha principal da Olaria até á Ponte da Rainha e a do ramal das Laranjeiras até às Águas-Férreas. 

Em 18 de fevereiro de 1884 foi inaugurado o prolongamento de 480 metros da linha de Laranjeiras até às Águas Férreas.

Em fevereiro de 1884, a Companhia Ferro Carril Jardim Botânico inaugura o serviço de bonde bagageiro para passageiros e pequenas cargas na linha Largo da Carioca – Praia de Botafogo, com metade do valor da tarifa.

Linhas em 1884

Glória 
Cattete
Botafogo
São Clemente
Gávea
Laranjeiras

Em 1884 foi criado o bonde caradura que permitia o transporte de pequenas cargas e passageiros sem calçados. Em 1920 o bonde foi adaptado para o transporte de cargas maiores recebendo o apelido de taioba, sendo muito usado por  lavadeiras e feirantes. Uma linha de taioba tinha ponto final no Mercado Municipal da Praça 15. O último bonde desse tipo circulou em 1955.

Em 11 de outubro de 1886, através do Decreto nº 9.655, a Companhia Jardim Botânico recebe autorização para o assentamento de trilhos na rua Senador Dantas.

Pelo decreto nº 199 de 6 de fevereiro de 1889,  passa a ser de competência da administração municipal o gerenciamento do serviço de ferro carris urbanos e suburbanos, passando desde então à administração municipal os direitos que ao governo federal haviam sido reservados pelos contratos vigentes.

Em 1889, a Companhia Jardim Botânico possuía 115 bondes de passageiros, sendo 96 fechados e 19 abertos, e 38,388 km de linhas, além de 1.300 muares. Uma viagem entre a Rua do Ouvidor e o portão do Jardim Botânico durava cerca de 1h30.

Em 1889, em função da necessidade de mais bondes para o transporte de humildes foi idealizado o bonde caradura de 6 balaústres com algum espaço para carga no centro do carro. Mais tarde, o mesmo serviço, já no bonde elétrico, foi apelidado de Taioba. 

Em 26 de junho de 1890, inauguração do ramal de entre a Praia de Botafogo e a Praia Vermelha, atendendo à comunidade da Escola Militar. Neste ano a companhia possuía frota de 90 bondes e 1.300 muares, alimentados com alfafa importada do rio da Prata, e 41,693 km de trilhos, incluso linhas duplas e desvios. As mulas eram usadas na tração, pois suportavam melhor as subidas e descidas, enquanto os cavalos se cansavam com mais facilidade. Os cavalos eram mais usados no serviço de Tylburis.


Ponto final da linha da Praia Vermelha
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Ponto final da linha da Praia Vermelha


Em 30 de agosto, de 1890 a Companhia Jardim Botânico assina seu novo contrato de concessão com a prefeitura do Distrito Federal.

Intervalo Mínimo, em minutos,  nas principais  companhias de carris  em 1890:

Carris Urbanos                                   03  
Jardim Botânico                                 10  
Villa Izabel                                        15  
Plano Inclinado (Santa Teresa) 15 
Companhia São Christóvão 20 
Jacarepaguá                                     70

Em 1890 o ponto inicial das linhas da companhia foi transferido da rua Gonçalves Dias (esquina com Ouvidor) para o Largo da Carioca, evitando a estreita rua Gonçalves Dias.

Em 6 de agosto de 1891, a Companhia Jardim Botânico  inaugura nova linha pela Praia do Flamengo e Rua Dois de Dezembro, ainda com  bondes de tração animal. 

Em dezembro de 1891, início das obras de abertura do Túnel do Barroso com recursos da própria Companhia Jardim Botânico, ligando a rua Real Grandeza em Botafogo à Rua do Barroso em Copacabana. Após 8 meses de obras, o túnel, com 180 metros de extensão e 6 metros de largura, é aberto ao tráfego em 15 de maio de 1892 e inaugurado oficialmente no dia 7 de julho de 1892. A Companhia lança o serviço de bondes para Copacabana, iniciando o processo de loteamento do bairro, na época realizado por  duas empresas imobiliárias. No mesmo dia é inaugurada a estação de bonde provisória, na esquina das ruas Siqueira Campos (antiga rua Barroso) e Nossa Senhora de Copacabana. Só era permitida a passagem de bondes pelo túnel. Somente em 1901 o túnel foi aberto ao público.  Com a inauguração do túnel do Leme em 1906, o Túnel do Barroso passou a ser conhecido como  Túnel Velho. Em 1927 foi alargado, passando a contar com 13,20 metros de largura. Logo após a inauguração da linha para Copacabana, é aberta ao tráfego o novo ramal ligando diretamente a rua da Passagem ao Túnel do Barroso, pela rua General Polidoro. Nesse ano a companhia construiu 2,043 km de novas linhas, incluindo dois novos desvios, na Praia do Flamengo e na rua General Polidoro.


Tunnel Velho em novembro de 1924
Foto Augusto Malta / Coleção Instituto Moreira Salles

Revista Municipal de Engenharia, março 1934
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No final de 1892 foram desapropriados os prédios necessários para a construção da estação inicial no Largo da Carioca e de de sua linha circular na confluência das ruas de São José e da Ajuda.

Em 1892 a Companhia Jardim Botânico contava com frota de 73 carros abertos, 10 de segunda classe, 6 de bagagem, 4 elétricos (mais 6 encomendados nos EUA),  2 fechados (mais 9 em reparação), 2 fechados de luxo e 2 abertos de luxo, além de 1303 muares.

Em 27 de abril de 1893, o prefeito Cândido Barata Ribeiro fez uma excursão de inspeção à Copacabana, Leme e Ipanema, fazendo o trajeto à cavalo entre a estação terminal de bondes da Companhia Jardim Botânico da Praça Malvino Reis (atual Serzedelo Correia) até a Igrejinha (Posto 6), onde toma um bonde de tração animal em linha provisória em direção  ao Arpoador,  implantada pelo Coronel José Silva, sócio do Barão de Ipanema que loteou o bairro com seu nome. A linha provisória foi extinta em 1903. Era ampliada de acordo com a ocupação dos lotes do entorno da rua Francisco Otaviano, chegando até o final do Arpoador, onde a Sociedade Copacabana Sport havia adquirido um terreno para implantação de um balneário.


Estação da Praça Malvino Reis em Copacabana em 1894
Terreno hoje ocupado pelo Centro Comercial Copacabana


Em 19 de janeiro de 1894, a Companhia firma contrato com a Prefeitura para a construção de dois novos ramais de tração animal em Copacabana, o primeiro, o da Igrejinha, entre a praça Malvino Reis (atual Serzedelo Correa) e a Igrejinha (Posto 6), com 2,960 km de extensão, e o segundo, o ramal do Leme, entre a praça Malvino Reis e a antiga casa de Francisco Castorino de Faria. No dia 8 de abril de 1894 é inaugurada a primeira etapa do ramal de tração animal da Igrejinha, com 1,112 km de extensão na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, entre  a Praça Malvino Reis e a esquina da Rua Barão de Ipanema. No mesmo dia é  inaugurada a estação de passageiros da rua Barão de Ipanema. No dia 15 de abril de 1894  é inaugurado o prolongamento de 1,848 Km até a Igrejinha (atual Forte de Copacabana). O novo ramal custou 28:103$020 Réis, sendo 4:000$000 doados pelos Sr. Barão de Ipanema.

Em 15 de abril de 1894 foi inaugurado o loteamento de Villa Ipanema com 19 ruas e duas praças.


Em 1892, bond de tração animal da Companhia Jardim Botânico na rua da Guarda Velha, ao lado da Imprensa Nacional, seguido por uma carroça. Nota-se que os bondes ainda circulavam pela esquerda


ELETRIFICAÇÃO

A partir do segundo semestre de 1891, início da alta dos preços das forragens para alimentação dos animais da tração, tornando-se mais vantajoso a implantação do sistema elétrico de tração. Em pleno coração da cidade, em péssimas condições de higiene, haviam grandes áreas para a pastagem de animais: Largo do Machado (Jardim Botânico), Rua Marechal Floriano (atual prédio da Light), Mangue (Carris Urbano e São Christóvão), e  Voluntários da Pátria (atual Cobal). Segundo o engenheiro Coelho Cintra, diretor técnico da Companhia Jardim Botânico “o fracasso de duas tentativas para o emprego da tracção elétrica, além da fallencia da empreza dos carros a vapor conhecidos então por “maxambombas”, ainda mais robustecia a intransigencia dos rotineiros. Ninguém queria tomar a sério o emprego da electricidade como força propoulsora dos bondes. “

No dia 6 de agosto de 1891,a Companhia inaugura nova linha pela Praia do Flamengo e Rua Dois de Dezembro, ainda com  bondes de tração animal. No dia 8 de outubro de 1892, inaugura  oficialmente a primeira linha de bonde elétrico da cidade do Rio de Janeiro e da América do Sul, ligando o Largo da Carioca ao Largo do Machado pela praia do Flamengo, com extensão de 3,5 quilômetros e bitola de 1.435 mm, a mesma dos bondes de tração animal. A companhia possuía 4 bondes elétricos e nesse mesmo ano foram encomendados mais 6 bondes elétricos aos Estados Unidos. A companhia também contava com  85 bondes abertos, 4 fechados e 6 para bagagem. Os bondes elétricos foram fornecidos pela casa Thomson-Houston International Electric Co. de New York, 2 eram munidos de motores sistema S.R.G, e no último, que foi encomendado mais tarde, foi adotado o sistema W.P, considerado moderno. Os motores W.P. também se apresentaram mais resistentes à água salgada das ressacas de fins de 1892 e início de 1893.

A eletrificação das linhas da Jardim Botânico esteve a cargo da General Electric Company de New York.


Inauguração da tração elétrica em 1892

Circular dos bondes elétricos no Largo da Carioca construído em 1893
Foto Marc Ferrez por volta de 1895


Itinerário da primeira linha de Bonde Elétrico: Largo da Carioca, Ajuda, Senador Dantas, Passeio, Glória, Russel, Praia do Flamengo, Dois de Dezembro, Largo do Machado.

Em 1893, a Companhia Jardim Botânico contava com 61,616 km de linhas, 13 bondes elétricos e 86 bondes abertos para reboque ou operação em linhas ainda não eletrificadas. Também se encontram em montagem nas oficinas da companhia 7 bondes elétricos.

No dia 10 de fevereiro de 1893, a prefeitura indeferiu o pedido da Companhia Jardim Botânico de construir sua estação Central, em imóvel situado na esquina das ruas São José e Ajuda, alegando falta de espaço. A população também reclamava dos inconvenientes do terminal na rua Gonçalves Dias.


Linhas da Companhia Jardim Botânico em 1893


Entre os dias 8 de outubro de 1892 e 30 de junho de 1893, a primeira linha de bonde elétrico transporta 904.834 passageiros,  com três bondes motores, que realizaram 17.485 viagens. O novo sistema de tração, além das vantagens de maior rapidez e conforto, demonstrou ser mais econômico que a operação de tração animal, apesar do maior custo de manutenção (21%),  atraindo 65 % mais passageiros. Durante o mês de junho de 1893 na linha do Flamengo já circulavam, algumas vezes, até 4 bondes elétricos com um reboque cada.

No dia 25 de janeiro de 1893, a Prefeitura Municipal exige a instalação em todas as companhias de bondes do aparelho denominado “Busina Automatica”, ou seja, uma campanhia para aviso de parada, sob pena de multa de 30$000 Réis por carro que não seja colocado.

No dia 18 de outubro de 1893, início das obras da nova casa de máquina da Officina de Eletricidade (usina termoelétrica), no Largo do Machado,  visando a ampliação da capacidade instalada, possibilitando a eletrificação do ramal da rua do Cattete. Em outubro de 1894 a central termoelétrica com máquinas a vapor (carvão) tinha capacidade instalada para mover até 15 bondes, com os respectivos reboques.

Em 1894, somente as linhas Candelária (Bento Lisboa), Laranjeiras (2ª Classe) e Escola Militar funcionavam integralmente com tração animal, os carros das demais linhas eram rebocados pelos bondes elétricos do Largo do Machado até a Cidade.

No dia 13 de maio de 1894, após os bons resultados da implantação da primeira linha de bonde elétrico na praia do Flamengo, a Companhia Jardim Botânico encomendou novos bondes e  inaugurou a eletrificação da linha da rua do Cattete com três bondes elétricos, que também rebocavam parte dos carros de tração animal das demais linhas, a partir do Largo do Machado. Foram encomendados 17 novos bondes elétricos, sendo 7 de 30 cavallos e 10 de 50 cavallos para a linha do Cattete, com capacidade para rebocar até 2 carros. Depois são encomendados mais 2 bondes de 50 cavallos. Em 1894 a linha do Cattete operava com 5 bondes motores.

No dia 30 de agosto de 1894, a Companhia inicia os estudos de eletrificação da linha Laranjeiras-Águas Férreas. Em 1894 a efetua empréstimo de 500:000$000 para eletrificação das ruas Bento Lisboa, Pedro Américo, Lapa e Laranjeiras até Águas Férreas, além da ampliação da casa das máquinas permitindo que todos os bondes de tração animal das demais linhas possam ser rebocados. Os carros das linhas da Candelária, Laranjeiras 2ª Classe, Bagageiros e Escola Militar-Praia Vermelha ainda eram tracionadas somente por tração animal. Os carros das demais linhas eram rebocados pelos elétricos a partir do Largo do Machado.

Linhas da Companhia em 1894

Águas Férreas
Laranjeiras
Jardim - Gávea
Largo dos Leões
Flamengo
Cattete
São Clemente - Humaitá
Copacabana
Real Grandeza
Praia Vermelha - Escola Militar
Candelária (Bento Lisboa, ponto final no Lgo.Machado)
Laranjeiras

Em 1894 a Companhia contava com frota de 20 bondes elétricos, 79 abertos, 10 abertos de 2ª classe, 17 fechados de segunda classe (insuficientes para o crescente aumento de passageiros).

No dia 27 de setembro de 1894, nova postura municipal limita a lotação dos carros em 38 passageiros, sendo 4 passageiros por banco e 6 na plataforma traseira, proibindo o trânsito nos estribos.

Em 1894, são construídos 158 metros de novas linhas, sendo 28 metros na curva da rua 28 de Dezembro, próximo às Officinas, e 130 metros de desvio na rua das Laranjeiras.

Em 1895, a Companhia Jardim Botânico amplia a capacidade de sua usina termoelétrica do Largo do Machado, ampliando a capacidade de tráfego para até 30 carros motores, sobrando ainda uma capacidade de 50% em caso de falha de uma das máquinas. As novas máquinas foram fornecidas pela General Electric Co. de New York. Somente os carros das linhas da Candelária e Laranjeiras 2ª Classe eram tracionados exclusivamente por tração animal. Os carros das demais linhas não eletrificadas eram rebocados a partir do Largo do Machado. 

No dia 9 de fevereiro de 1896, inauguração da eletrificação da linha Águas Férreas, desde o Largo do Machado até o Cosme Velho, com 3,063 km de extensão, sendo 5,941 km de extensão, incluindo via dupla e desvios. Prosseguiam os trabalhos de eletrificação dos ramais das ruas Bento Lisboa, Pedro Américo e depois da rua da Lapa.

Em 9 de abril de 1896, é inaugurada  a eletrificação das linhas das ruas Carvalho de Sá, Bento Lisboa e Pedro Américo, com  extensão total de 2,151 km incluindo desvios. A Companhia Jardim Botânico nesse ano contava com 25 bondes elétricos. No dia 20 de janeiro de 1897,  é inaugurada a eletrificação das ruas da Glória e Lapa, com extensão de 1,479 km, onde circulam os carros da linha da Candelária em regresso do Largo da Carioca para o Largo do Machado. Com a inauguração, a Companhia Jardim Botânico passa a contar com 18,750 km de linhas eletrificadas, incluindo linhas duplas e desvios.

Em 20 de janeiro de 1897,  é inaugurada a eletrificação das ruas da Glória e Lapa, com extensão de 1,479 km, onde circulam os carros da linha da Candelária em regresso do Largo da Carioca para o Largo do Machado. Com a inauguração, a Companhia Jardim Botânico passa a contar com 18,750 km de linhas eletrificadas, incluindo linhas duplas e desvios.

Em 9 de fevereiro de 1897, os carros da linha de tração animal Escola Militar (Praia Vermelha) passam a ser rebocados pelos elétricos, a partir do Largo do Machado.

Em 11 de maio de 1897, uma enchente danifica os bondes elétricos da Companhia Jardim Botânico, paralisando o tráfego dos elétricos durante 20 dias. O tráfego dos elétricos também ficou interrompido entre 31 de dezembro de 1897 e 19 de fevereiro de 1898 devido a explosão de uma caldeira da casa das máquinas das Officinas de Eletricidade (usina termoelétrica).

Em 1897, a Companhia constrói, em suas oficinas do Largo do Machado, a primeira carroceria de bonde elétrico no país.  Foi realizado o ensaio da construção de uma nova carroceria sobre o truque do bonde n° 137 importado dos Estados Unidos. A novo carro passa a contar com 10 fileiras de bancos de 4 lugares, com capacidade para 40 passageiros sentados, em vez de 32, como os três luxuosos bondes importados em 1891. No início os carros importados tinham capacidade de 5 passageiros em cada um dos 8 bancos, totalizando 40 passageiros, até a entrada em vigor de uma nova resolução  da Prefeitura que disciplinou a lotação de 4 passageiros por cada banco.

Em 1897, a Companhia constrói um desvio, de 35 metros de extensão, em frente a nova Praça de Touros, em Laranjeiras. Nesse ano não houve acréscimo de linhas eletrificadas. No entanto, os carros da linha da Candelária passam a fazer a manobra em frente ao Hotel Metrópole, na rua das Laranjeiras, em vez do Largo do Machado, ampliando a oferta de bonde elétricos em Laranjeiras.

Em 31 de dezembro de 1897, às 9h10 da manhã, explode uma das caldeiras da usina termoelétrica da Companhia Jardim Botânico,  no Largo do Machado, paralisando o tráfego dos bondes elétricos.

Em 1898, o Prefeito Luiz Van Erven, engenheiro e acionista da Companhia Jardim Botânico, isenta de quaisquer impostos as construções do novo bairro de Villa Ipanema, benefício que foi ampliado em 1902 por mais 10 anos. Em 1905 o prefeito Pereira Passos revoga o benefício.

O bonde foi até certo ponto a salvação da cidade. Foi o grande instrumento, o agente incomparável do seu progresso material. Foi êle que dilatou a zona urbana, que arejou a cidade, desaglomerando a população, que tornou possível a moradia fora da região central. O bonde foi – é preciso dizê-lo – uma instituição providencial. Se não existisse, era preciso inventá-lo". Ruy Barbosa, 1898 


Largo da Carioca em 1898


Em agosto de 1900, surge o bonde de ceroulas, assim apelidado pelos cariocas aos bondes da linha Gávea da Companhia Jardim Botânico especialmente reservado aos frequentadores dos teatros. Seus bancos de madeira eram cobertos por capas de brim branco, amarradas com cadarço, além do assoalho atapetado.

Em 12 de outubro de 1900, inauguração da eletrificação do ramal entre o Largo do Machado e a Praia de Botafogo, até a esquina da rua Voluntários da Pátria. No dia 10 de fevereiro de 1901, é inaugurada a eletrificação da rua Voluntários da Pátria, até o Largo dos Leões.

Em 1900, inauguração da estação de passageiros da Urca, em terreno ao lado do futuro Pavilhão dos Estados da Exposição de 1908. A estação foi demolida em 16 de fevereiro de 1908 e reconstruída em 1910, após o fim da exposição.

Em 27 de agosto de 1901, a Companhia Jardim Botânico assina contrato com o engenheiro  João Felipe Pereira, comprometendo-se a levar os bondes até a Villa Ipanema, conquanto a Companhia Urbanizadora se comprometesse em abrir as ruas do bairro. 

Em 28 de agosto de 1901, prolongamento da linha da Companhia Jardim Botânico, ainda em tração animal, pela rua Francisco Otaviano, entre a Igrejinha e a rua Bulhões de Carvalho. No dia 24 de junho de 1902, é inaugurado o prolongamento até a Praça General Osório, passando pelas ruas Francisco Otaviano, Vieira Souto e Teixeira de Melo. O trecho é eletrificado no ano seguinte.

No dia primeiro de novembro de 1901, inauguração da eletrificação da linha para Copacabana, via Túnel Velho, desde a Rua Voluntários da Pátria até a Praça Serzêdelo Correa, na época Praça Coronel Malvino Reis.

No dia 5 de maio de 1902, é inaugurada a eletrificação dos ramais da Escola Militar (Praia Vermelha) e da rua São Clemente, até o Largo do Humaitá.

Em 15 de maio de 1902, a Prefeitura proíbe a Companhia  Jardim Botânico de comboiar mais de um carro.

Em 24 de junho de 1902, a linha de tração animal da Igrejinha é prolongada da rua Bulhões de Carvalho até a Praça General Osório, passando pelas ruas Francisco Otaviano, Vieira Souto e Teixeira de Melo. O trecho é eletrificado no ano seguinte.

Em 14 de junho de 1903, inauguração da eletrificação dos ramais do Leme e de Ipanema, a partir da Praça Malvino Reis (atual Serzedelo Correia).

No final de 1903 a Companhia Jardim Botânico contava com 215 bondes (sendo 85 elétricos), 78,534 km de linhas, incluso duplicações, desvios e traspasses, 328 muares, e 4 linhas já eletrificadas: Escola Militar, São Clemente, Leme, Ipanema, e ainda o ramal da Gávea em eletrificação. Nesse ano foram construídas 5,137 km de novas linhas, distribuídas nos ramais do Leme, Copacabana e Rua da Passagem, em Botafogo.


Bonde elétrico em Ipanema em 1903
Linha de bonde provisória da Avenida Central em setembro de 1904 implantada para o transporte de material e inspeção das autoridades

Em 4 de setembro de 1904, inauguração da eletrificação do ramal entre o Largo dos Leões e a Gávea, concluindo a eletrificação de todos os 80,467 km da rede da Companhia Jardim Botânico. A Companhia contava com 214 bondes, sendo 81 elétricos. Finalmente, num processo que durou 12 anos, os bondes de tração animal da Companhia são aposentados.

Em 7 de setembro de 1904, na cerimônia de inauguração da Avenida Central, o presidente da República, Rodrigues Alves, junto com comitiva, embarcam num bonde no Passeio Público, percorrendo os 1.850 metros de extensão da nova avenida. Na linha de bonde provisória construída pela Companhia Jardim Botânico, desmontada no mesmo ano.





Obras de abertura do Túnel Novo em 1904
construído com recursos da Companhia Jardim Botânico
Foto Augusto Malta

Túnel Novo. Cartão postal sem data

Rua Treze de Maio em 1905
Obras de construção do Teatro Municipal
Foto Augusto Malta


Em 1905, a companhia constrói um bar no final da linha do Leme para atrair mais passageiros.


Rodo do Largo da Carioca por volta de 1905


Em 1905, Alexander Mackenzie adquire os direitos de uma concessão para o fornecimento de energia elétrica, antes obtida por William Reid. No dia 30 de maio de 1905, através do Decreto nº 5.539,   a Light é autorizada a funcionar na cidade.

Em 4 de março de 1906, inauguração do Túnel Novo, com 10 metros de largura, ligando Botafogo ao bairro de Copacabana. O túnel foi construído com recursos da própria Companhia Jardim Botânico, sem nenhum subsídio do governo. No mesmo dia são inauguradas as linhas do Leme e de Copacabana, com trajeto pelo novo túnel.


Praça José de Alencar, no Flamengo, em 1906

Largo do Machado em julho de 1906
Em frente à sede e depósito dos bondes da companhia
Foto Augusto Malta

Largo da Lapa
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Avenida Rio Branco por volta de 1908
Hotel Avenida. Ponto inicial dos bondes da Companhia Jardim Botânico 
Acervo Light
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Fon Fon, 20/04/1907


Em 8 de março de 1907 a companhia firmou acordo com a prefeitura para a construção da estação de bagagem da rua Barão de São Gonçalo e duplicação das linhas das ruas Treze de Maio e Barão de São Gonçalo. 

Em 12 de março de 1907, a Companhia Jardim Botânico instituiu os pontos fixos de parada e proibiu o fumo nos três primeiros bancos.

Em 6 de março de 1908, o ponto inicial dos bondes da Companhia Jardim Botânico foi transferido do Largo da Carioca para Galeria Cruzeiro do Hotel Avenida na Avenida Central.


Rua Gustavo Sampaio em 1907

Ponto final da linha do Leme junto ao bar construído em 1905 para atrair mais passageiros
Cartão postal circulado em 1908
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O Malho, 28/05/1910

Estação da Praia Vermelha na Exposição de 1908

Terminal da Galeria Cruzeiro inaugurado em 1908


Em 16 de fevereiro de 1908, demolição da velha estação da Praia Vermelha para a Exposição de 1908. Em 1910, após o fim da Exposição, é inaugurada nova estação no mesmo local.

Em 1909, a Companhia contava com 339 bondes (sendo 120 elétricos), 86,555 km de linhas e 39 muares.

Em 1910, a Light adquire a Companhia Jardim Botânico, embora a companhia continuasse com personalidade jurídica própria. Em pouco tempo a geração a vapor, por carvão importado, da usina da Companhia Jardim Botânico é substituído pelo sistema hidrelétrico da Light.


Bond da Companhia Jardim Botânico na Praia de Botafogo 
na altura da rua Marquês de Abrantes em 1910
Foto de Augusto Malta

Bondes com reboque na nua do Passeio esquina 
com Senador Dantas por volta de 1910
Cartão Postal
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Uma bela tarde no Rio Antigo
Largo do Machado por volta de 1910
Foto E.A. Mortimer / Acervo Light

Rodo da Praia de Botafogo


Em novembro de 1911 os bondes da Companhia Jardim Botânico passaram a ser movidos pela energia hidroelétrica fornecida pela Light.

Em 1911, a municipalidade constrói refúgios para o embarque e desembarque de passageiros nas linhas da Companhia Jardim Botânico, facilitando o acesso aos carros em função da altura dos estribos.

Em janeiro de 1913 a Companhia Jardim Botânico adquiriu novos bondes maiores com 13 bancos.

Em 1914, a prefeitura autorizou a Companhia Jardim Botânico a estender suas linhas de bondes - Gávea e Ipanema - até o bairro do Leblon, que na época estava sendo loteado. O novo ramal, partindo da Praça General Osório, deveria ser construído nas ruas 20 de Novembro, Ataulpho de Paiva e Doutor Dias Ferreira seguindo até o Largo das Três Vendas (atual Praça Santos Dumont), totalizando 4,500 km de extensão.

O prolongamento entre a Praça General Osório e o Bar 20 foi inaugurado em 15 de abril de 1914. Em 19 de dezembro de 1914 foi inaugurado o trecho entre o Largo de Três Vendas e o Leblon.


Brazl Ferro Carril, 31/03/1914
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Linhas da Companhia Jardim Botânico com ponto final na Galeria Cruzeiro, em 1914:

Cattete
Botafogo
Laranjeiras
Gávea
Jardim Botânico
Leme
Copacabana
Ipanema
Praia Vermelha (Ministério da Agricultura)

Fonte: Guia Rio de Janeiro Central Monumental, Carlos Aenishaslin - 1914

Em 1916, Companhia Jardim Botânico conta com 115,421 km de trilhos, incluso linhas duplas e desvios.

No dia 17 de maio de 1917, a Companhia de Bondes Elétricos de Campo Grande a Guaratiba adquire doze bondes usados da Companhia Jardim Botânico, inaugurando o quinto sistema de bondes elétricos do Distrito Federal, com 17 km de extensão, ligando a estação ferroviária de Campo Grande até a Pedra de Guaratiba. Até então a companhia operava, a título provisório, o serviço com bondes a gasolina, aguardando a eletrificação da linha.

Em 1918, inauguração da primeira ponte sobre o canal da Lagoa, entre as avenidas Delfim Moreira e Vieira Souto, permitindo a junção das linhas de Ipanema e Leblon.

Em 1919, estava sendo construído o prolongamento da linha da Praia do Flamengo, no trecho entre as ruas Dois de Dezembro e Senador Vergueiro, passando pela rua Cotegipe, atual Tucumã, permitindo maior rapidez as linhas de maior percurso, além de aliviar o tráfego no Largo do Machado.


Tunnel Novo em Botafogo
Foto Augusto Malta / Acervo Light

Botafogo por volta de 1920
Foto Augusto Malta / Acervo Light

Rua do Cattete por volta de 1920

Depósito dos bondes do Largo dos Leões
entrada da rua Voluntários da Pátria
Foto Augusto Malta / Acervo Light
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Rua Senador Vergueiro esquina com Cruz Lima
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Rua do Passeio. Sem data
Foto Augusto Malta / Acervo Light

Praça Floriano. Sem data
Foto Augusto Malta / Acervo Light

Bonde de 10 bancos da Companhia Jardim Botânico. 01/04/1921
Fotógrafo não identificado / Acervo Light


Linhas em 1921

Águas Férreas
Gávea
Humaitá
Ipanema
Largo dos Leões
Leme
Praia Vermelha
Leme


Depósito dos bondes da Companhia Jardim Botânico de Copacabana
Localizado na Avenida Nossa Senhora em Copacabana
atual Centro Comercial Copacabana
Foto Augusto Malta. Década de 1920
Acervo Light
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Levantamento aerofotogramétrico de 1935
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Estação dos bondes da Praça Malvino Reis em Copacabana
atual Praça Serzedelo Correa
Foto Augusto Malta / Acervo Light


Em 31 de dezembro de 1927, com a conclusão das obras alargamento do Túnel Velho o bairro de Copacabana, com cerca de 25 mil habitantes, passou contar com as seguintes linhas de bonde:

Copacabana (Rua Barroso – Cidade), via Túnel Velho e Largo do Machado, com intervalos de 20 minutos.

Real Grandeza – Leme (Leme – Cidade), via Túnel Velho e Praia do Flamengo, com intervalos de 10 mintuos nos horários de pico.

Ipanema – Tunnel Novo (Ipanema – Cidade), via Túnel Novo e Largo do Machado, com intervalos de 20 minutos.

Leme (Leme – Cidade), via Túnel Novo e Praia do Flamengo, com intervalos de 20 minutos.

Rodo e estação da Escola Militar-Praia Vermelha por volta de 1930


Em 1932, a Companhia Jardim Botânico transportava diariamente cerca de 220 mil passageiros, enquanto os bondes de Santa Tereza 3.000 passageiros/dia. O bairro de Santa Teresa contava com cerca de 12 mil habitantes.

Em 1935, a linha da rua Dias Ferreira, no Leblon, é duplicada. 

Em 1935, os estatutos da Companhia Jardim Botânico são reformados, o mesmo se repetindo em 1956.


Avenida Rio Branco e o Hotel Avenida


Em 1936, construção da segunda ponte sobre o canal da Lagoa Rodrigo de Freitas, ligando diretamente as avenidas Visconde de Pirajá e Ataulfo de Paiva, eliminando o ramal pelas ruas Henrique Dumont, Hélio Franco e Delfim Moreira.

Em 1936, o serviço de bondes no Distrito Federal er explorado pelas seguintes companhias: The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Co. Ltd., Companhia Ferro Carril Jardim Botânico, Companhia Ferro Carril Carioca, Viação Eléctrica da Ilha do Governador, e Serviço de Transporte Rural.

Em 1937, desvio do tráfego da linha da rua do Passeio para a rua Luiz de Vasconcelos, recém alargada. Os trilhos da rua do Passeio foram retirados em 1939.

Em 1938, erradicação das linhas da Avenida Nossa Senhora de Copacabana (trecho a partir da rua Francisco Sá), rua Francisco Otaviano, Vieira Souto e Teixeira de Mello, após a implantação de nova linha dupla entre a Praça General Osório e a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, passando pelas ruas Francisco Sá, Gomes Carneiro e Visconde de Pirajá.

No período da Guerra (1938-1945), em função da crise dos transportes provocada pelo racionamento de combustível e dificuldades na reposição de peças, foi dada permissão para o transporte de passageiros em pé no interior dos bondes. Apesar do fim da guerra a medida não foi revogada.

Em 1938 a Light, então The Rio de Janeiro Tramway Light and Power Company Limited, passa a se chamar Companhia de Carris, Luz e Força do Rio de Janeiro Ltda. Em 1959 passa a se chamar Rio Light S.A – Serviços de Eletricidade e Carris.

Em 1939, no Largo da Carioca, inauguração de novo abrigo e ponto terminal dos bondes da Zona Sul, logo apelidado pela população de Tabuleiro da Bahiana.


Light, abril 1939


O novo abrigo que substituiu a tradicional Galeria Cruzeiro, na sua função de estação terminal de todas as linhas de bondes da zona sul da cidade. É uma das mais recentes realizações da Municipalidade e veio beneficiar grandemente o público, resolvendo, com sua passagem subterrânea, o problema do trânsito nas ruas 13 de Maio e Bettencourt da Silva.” Revista Brasileira Illustrada, novembro 1939.

Light, agosto 1939

Light, setembro 1939
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Light, outubro 1939


Em 1939, a passagem do bonde não era reajustada desde 1906.

No dia 31 de junho de 1941, são aprovados os novos estatutos da Companhia Jardim Botânico, alterados parcialmente em 1942. A sociedade teria duração até 31 de dezembro de 1960.

Em 1941, entra em vigor Decreto nº 3.651 do Código de Trânsito proibindo a viagem nos estribos dos bondes.


Brazil-Ferro-Carril, 15/05/1943


Em primeiro de junho de 1943, em cumprimento aos decretos-leis nº 5.162 de 31 de dezembro de 1942 e 5.404 de 13 de abril de 1943, a Companhia Jardim Botânico inaugurou as seguintes linhas de bonde:

20 (Leme – Praça Santos Dumont), com itinerário pelas ruas Gustavo Sampaio, Ministro Viveiros Castro, Avenida Nossa Senhora de Copacabana, Praça General Osório, Visconde de Pirajá, Ataulfo de Paiva, Bartolomeu Mitre, e Praça Santos Dumont.

9 (General Polidoro), substituindo a linha Túnel Alaor Prata – Leme, com itinerário pela Praia do Flamengo, Senador Vergueiro, Praia de Botafogo, Rua da Passagem, General Polidoro, com ponto final na esquina da Rua Mena Barreto com São João Batista, na nova circular construída para tal fim.

15 (General Osório)

17 (Copacabana), com itinerário pela Rua do Catete, Marquês de Abrantes, General Polidoro e Túnel Alaor Prata, voltando pelo Túnel Novo, trafegando na parte da tarde com ida pelo Túnel Novo e volta pelo Túnel Alaor Prata (velho).

Em 1943, os bondes passam a dispor de letreiro com o número da linha.

No dia primeiro de março de 1944, as Companhias Carris, Luz e Força e Ferro Carril do Jardim Botânico inauguram a linha diametral extraordinária Praça Duque de Caxias (Largo do Machado) – Estrada de Ferro, com o seguinte itinerário: Praça Duque de Caxias, Catete, Largo da Glória, Augusto Severo, Teixeira de Freitas, Largo da Lapa, Avenida Mem de Sá, Avenida Gomes Freire, Visconde do Rio Branco, Praça Tiradentes, Avenida Passos, Marechal Floriano, Praça da República (Quartel General), Estrada de Ferro. Volta: Praça da República, Marechal Floriano, Passos, Tiradentes, Constituição, Tomé de Souza, Gomes Freire, Mem de Sá, Maranguape, Largo da Lapa, Rua da Lapa, Rua da Glória, Catete, Praça Duque de Caxias. A linha, com tarifa de Cr$ 0,40, era dividida em duas seções de Cr$ 0,20 no Largo da Lapa.

No dia 4 de outubro de 1945, é iniciada a vigência do novo sistema de cobrança, por seções, das companhias Carris, Luz e Força e Jardim Botânico. 


Foto Augusto Malta


Linhas em outubro de 1945

2    Laranjeiras
3    Águas Férreas
4    Praia Vermelha
5    Leme
6    Largo dos Leões (Voluntários)
7    Humaitá
9    General Polidoro
10    Gávea
11    Jardim Leblon
12    Ipanema - Visconde de Pirajá (via túnel Velho)
13    Ipanema - Visconde de Pirajá (via túnel Novo)
14    Praça General Osório
20    Leme - Praça Santos Dumont
24    Praça Duque de Caxias - Estrada de Ferro

Em 1946, quando a Light já anunciava o desinteresse de explorar o sistema de Carris, a Companhia Jardim Botânico finalmente foi incorporada à Light.

Em 1950, a cidade do Rio de Janeiro contava com 2.375.000 habitantes, sendo 360 mil na Zona Sul. Na década de 1950, em função da concorrência dos ônibus, e principalmente dos  lotações, diminui-se o número de passageiros transportados nos bondes de toda a cidade, principalmente na Zona Sul.

Em 1952, em função da modificação no sistema de circulação na região do novo túnel do Pasmado, é erradicado o tráfego de bondes na Rua General Severiano, visto a implantação de bloqueio no cruzamento da Rua General Severiano com a Avenida Lauro Sodré, permitindo o tráfego expresso de veículos na saída do túnel. O tráfego dos bondes é remanejado para o novo viaduto construído junto à boca do túnel no Mourisco, seguindo em pista exclusiva com largura de 6 metros, pela Avenida Pasteur até a Avenida Venceslau Brás. 

O Prefeito João Carlos Vital em sua mensagem apresentada à Câmara do Distrito Federal em 10 de abril de 1952, referente ao exercício de 1951, admitia: 

Indisfarçadamente, o atual serviço de bonde da cidade do Rio de Janeiro é um dos piores que se possam considerar, em confronto com o que existe em outras grandes cidades do mundo. Oriundo de concessões outorgadas ainda no século passado, prestou, inegavelmente, a sua contribuição ao progresso da Cidade. Hoje, entretanto, disponde de material muito desgastado pelo uso, não mais atende satisfatoriamente às suas finalidades, devendo sofrer total remodelação. 

Não permitindo os bondes manobras fáceis e deslocamento rápido em curtas distâncias, está contraindicado o seu emprego no centro urbano, congestionado, no qual deverão ser substituídos por modernos ônibus elétricos - os chamados “Trolley-bus” - cujo emprêgo pretende a atual administração introduzir na cidade. 

O Banco da Prefeitura financiará a aquisição dos primeiros lotes dêsses veículos, cuja utilização deverá ser iniciada em breve, em algumas linhas, estando em estudo, pelo mesmo Banco, grande número de propostas já recebidas, inclusive de importantes emprêsas estrangeiras interessadas. Os primeiros a serem postos em tráfego deverão servir à Ilha do Governador e Santa Terêsa.

Cumpre ressaltar, no entanto, que os bondes transportaram em 1951, mais de 600 milhões de passageiros, constituindo-se, assim, no principal meio de transporte da Cidade. Êles poderão melhor servir, no entanto, aos bairros distantes, às zonas suburbanas, cujas áreas deverão particularmente cobrir, em conjunção com os demais sistemas de transporte de superfícies e o Metropolitano.

A tarefa, no centro urbano, caberá, principalmente, aos “trolley-bus”, aos ônibus comuns e aos micro-ônibus. A importância dêstes dois últimos para o transporte da população cresce cada dia, a merecer cada vez mais maior atenção da Municipalidade, no sentido do seu emprêgo disciplinado e eficiente, para o conforto e a segurança da população.”

Em novembro de 1952, a Light anuncia a entrega do serviço de bondes à Prefeitura em 1960, no final do contrato de concessão, não devendo realizar qualquer modificação na sua frota, alegando o serviço ser deficitário.

No dia 12 de março de 1953, em função da inauguração do túnel do Pasmado, a Linha 4 (Praia Vermelha) que circulava nas ruas da Passagem e General Severiano, passa a seguir direto ao longo de toda a Avenida Pasteur. 


Passeio Público na década de 1950
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Avenida Lauro Sodré

Avenida Wenceslau Braz esquina com Avenida Pasteur na década de 1950

No dia 29 de março de 1956, com aval da Prefeitura, a tarifa dos bondes é reajusta de 1 para 2 cruzeiros, gerando uma série de protestos em toda a cidade. Membros da União Nacional dos Estudantes, entidade criada pelo Partido Comunista em 1947, paralisam o serviço de bondes, espalhando bloqueios em toda a cidade. Nos dias seguintes, movimentos contra o transporte coletivo eclodem nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre. No dia 28 de maio de 1956, houve choques com a polícia em Copacabana, no Centro e na Praia Vermelha, onde estudantes de Medicina incendiaram bondes, depredando até viaturas do Exército.

No dia 30 de dezembro de 1958, através do Decreto nº 14.253, foi autorizado em caráter de emergência o aumento das tarifas de bondes das companhias concessionárias. A partir do dia 5 de janeiro de 1959, entra em vigor a tarifa única de Cr$ 3,00, eliminando o seccionamento.

No dia 5 de janeiro de 1959, o ponto terminal da Linha 21 (Circular) é transferido para a Praça Santos Dumont, na Gávea.

No dia 12 de junho de 1959, através do Decreto nº 46.216, o presidente da República concede nacionalização à Light, sob a denominação de Rio Light S. A. - Serviços de Eletricidade e Carros.

Depósito do Largo do Machado na década de 1950
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Extinção da Companhia Jardim Botânico

Em 27 de dezembro de 1960, através do Decreto nº 312 foi criada a Junta de Administração Provisória (JAP) dos serviços de bondes da zona sul.

Em 31 de dezembro de 1960, fim da concessão, à meia noite deixou de existir a Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico. As linhas remanescentes que ainda operavam na Zona Sul passam a ser administradas pela Junta de Administração Provisória dos bondes da zona sul. A Light contava com 7 depósitos de bondes, situados em São Cristóvão, Centro, Meyer, Villa Izabel, Cascadura, Taquara e Penha.

Em abril de 1961, o Governo do Estado da Guanabara anuncia que a retirada os bondes do contra fluxo da galeria sentido Copacabana do Túnel Novo. Nos últimos 6 meses já haviam sido registrados mais de 70 desastres na galeria. 




Seguindo novo plano de circulação, às 6 horas da manhã de 2 de abril de 1962, os bondes deixaram de circular na contramão da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, rua Francisco Sá, rua Gomes Carneiro, Visconde de Pirajá e Avenida Ataulfo de Paiva. Foram mantidos os bondes da linha 21 (Circular) no sentido da mão dos demais coletivos. Os bondes da linha 13 passaram a subir pelas ruas São Clemente, Humaitá e Jardim Botânico voltando pelas ruas Visconde de Pirajá, Nossa Senhora de Copacabana, seguindo o mesmo itinerário até o terminal no Largo da Carioca. Foram inauguradas as linhas 1 (Avenida Marquês de Abrantes), 6 (Voluntários da Pátria) e 8 (Real Grandeza). As linhas 6 e 8 vinham do centro pela rua São Clemente e voltavam pela rua General Polidoro e Praia de Botafogo. No mesmo dia foram extintas as linhas 5 (Leme)  20 (Leme - Leblon), substituídas por uma nova linha de ônibus circular (Leme - Leblon),  além de linhas de lotação existentes.  

Em 28 de setembro de 1962, às 22 horas, circulou o último bonde Praia Vermelha substituído dois dias depois pela segunda linha de trólebus da CTC (Erasmo Braga – Urca). Em setembro de 1962 a Zona Sul contava com 12 linhas de bonde.

Em primeiro de março de 1963, numa sexta-feira, extinção das linhas dos bairros de Copacabana e Ipanema. Às 21h30, o querido bonde 13 - Ipanema, de número 1908, partiu para sua última viagem, do Largo da Carioca ao som de "Cidade Maravilhosa", conduzido pelo motorneiro Armiro Cardoso dos Santos. Pouco antes fora desativada a linha 14 - G. Ozório, que o povo chamava de "Gozório", sendo também extinta no mesmo dia a linha 21 - Circular. 

Em princípio de março de 1963, após a extinção das linhas 5 e 14, apenas uma linha de bonde circulava na rua São Clemente.

Em 5 de março de 1963, inauguração das linhas de trólebus para o Bairro Peixoto, Praça Serzedelo Corrêa e Cemitério São João Batista, supostamente substituindo as linhas de bonde de Ipanema e Copacabana extintas no dia primeiro de março.

Em 15 de maio de 1963, foi extinta a linha de bonde 11 (Jardim Botânico – Leblon), para a retirada da rede aérea da Avenida Ataulfo de Paiva.

Em 16 de maio de 1963, foram extintas mais 2 linhas de bonde da Zona Sul: 7 (Jockey Clube) e 10 (Gávea), substituídas pela nova linha de trólebus (Castelo - Gávea) inaugurada no dia 18. Na Zona Sul só restavam as linhas de bonde dos bairros do Flamengo, Laranjeiras e Cosme Velho.


Diário Carioca, 16/05/2024
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Em 20 de maio de 1963, circulam os últimos bondes da Zona Sul, quando são extintas as linhas 1 (Avenida), que fazia o percurso entre a rua Marquês de Abrantes e o Largo da Carioca, 2 (Laranjeiras), 3 (Águas Férreas), 9 (Praça 15 – Marquês de Abrantes), 24 (Estrada de Ferro – Marquês de Abrantes), e 60 (Marquês de Abrantes – Muda), que passa a fazer o percurso Largo da Lapa – Muda. O último bonde a circular foi o carro nº 1.725 da Linha 1 (Avenida). 

Em 1963, foram retirados 147 bondes do depósito do Largo do Machado.

Passageiros

1870          3.035.465
1872          3.966.523
1876          5.960.140
1877          5.394.461
1879          7.750.355
1881          7.970.982
1888        11.636.370
1890        12.606.990
1894        18.653.841
1896        21.581.328
1899        18.985.535
1903        19.655.631
1905        22.702.630
1912        31.457.926
1913        32.539.619
1914        30.401.627
1915        29.730.028
1916        32.031.818
1917        33.049.062
1918        34.393.728
1919        41.162.941
1920        44.148.829
1921        47.508.547
1945        49.533.000
1946        38.333.000
1947        41.179.000
1948        43.658.000

Média diária de Passageiros

1890        31.089
1891        37.946
1892        39.353
1893        41.048
1894        51.106
1895        61.755

Extensão das Linhas (Km)

1872        20,845
1882        32,242
1890        41,693
1891        58,313
1892        59,573
1893        61,616
1894        61,774
1895        61,774
1899        60,514
1904        75,223  
1906        73,397
1909        86,555
1911        78,108

Veículos de Passageiros

1890          75
1891          91
1892          96
1893          92
1894        129
1895        129

Mulas

1890       1.222 
1891       1.349
1892       1.303 
1893       1.415
1894       1.205 
1895       1.162

Mapas

Tração Animal (1868-1900)  Kmz (Google Earth)

Elétrico (1892-19600) Kmz


REFERÊNCIAS:


Relatório da Companhia Ferro Carril do Jardim Botânico, apresentado à Assembléa Geral dos Srs. Accionistas em Sessão de 28 de Agosto de 1893. 

Aviso ao Público. A Manhã. Rio de Janeiro. 03 outubro 1945. p.3.

Povo recebe com frieza retirada do bonde Leme. A Noite. Rio de Janeiro. 03 abril 1962. p.7.

Bonde por ônibus. A Noite. Rio de Janeiro. 29 setembro 1962. p.2.

Página lançada em 26 de abril de 2018.