Companhia de Melhoramentos da Ilha do Governador
Viação Elétrica da Ilha do Governador
Viação Elétrica da Ilha do Governador
1922 - 1965
Histórico
Em junho de 1909, a Prefeitura aprova os estudos para implantação de uma linha de carris elétricos entre o bairro de Bemfica e a localidade de Freguesia, na Ilha do Governador, com 18 Km de extensão, via Engenho de Pedra, em frente à Ilha do Fundão.
No dia 20 de agosto de 1921, são desembarcados no porto do Rio de Janeiro os trilhos para a construção da primeira linha de bonde da Ilha do Governador.
No dia 4 de outubro de 1922, a Companhia de Melhoramentos da Ilha do Governador inaugura a primeira linha de bonde elétrico da Ilha , ligando a Praia do Zumbi à Praia da Freguesia, passando pela praia de Cocotá. Os horários dos bondes correspondiam com as barcas na ligação entre a Ribeira e a Praça XV. A linha, com 6,7 km de extensão, tinha bitola de 1,44 metros, a mesma da Companhia Jardim Botânico. A linha servia as praias do Zumbi, Canto, Pitangueiras, Bandeira, Cocotá, Paranapuan e Freguesia. Planejava-se ainda prolongar a linha até o Galeão.
Em 1923, a Companhia de Melhoramentos da Ilha do Governador comunica ao prefeito a necessidade de suspensão do tráfego de bondes, devido à companhia Cantareira não ter iniciado o serviço de barcas na ponte da Ribeira.
Em 13 de julho, através do Decreto Nº 3.572 é concedido auxílios para a Companhia Melhoramentos da Ilha do Governador, na forma de isenção de impostos. Em função do baixo volume de passageiros, a companhia não tinha condições de manter em boas condições o sistema de carris.
No dia 24 de abril de 1933, após acordo amigável, a Companhia de Melhoramentos da Ilha do Governador é encampada pela municipalidade, sendo então criada a Viação Elétrica da Ilha do Governador. A companhia Melhoramentos era deficitária e não fazia a devida manutenção dos carros, decorrente dos preços baixos das passagens que não aumentavam há 40 anos. A Prefeitura assume a companhia por que ela não tinha mais condições de operar e cumprir o contrato assinado com a municipalidade em 22 de dezembro de 1920.
Em 1941, a linha foi prolongada da Freguesia ao Bananal. Toda a linha era operada em via única, com um desvio em Cocotá para a ultrapassagem dos bondes.
Depósito do Cocotá em 1939
Coleção Jaime Moraes
Obras em dezembro de 1941. Foto Uriel Malta
Avenida Paranapuan com rua rua Marquês de Muritiba em 1948
Coleção Jaime Moraes
Depósito dos bondes do Cocotá em 1953
Diário de Notícias, 21/08/1963
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Ilha do Governador em 1965
Passageiros Transportados
1944 - 5.477.000
1945 - 4.279.000
1946 - 5.383.000
1947 - 5.460.000
1948 - 5.384.000
1955 - 5.198.000
1956 - 2.650.000
1957 - 2.700.000
1958 - 2.606.000
1955 - 5.198.000
1956 - 2.650.000
1957 - 2.700.000
1958 - 2.606.000
1960 - 2.627.000
1961 - 2.507.000
Em maio de 1963, a população da Ilha do Governador reclamava do plano de extinção de sua única linha de bonde, com 7 km de extensão entre a Ribeira e o Bananal, transportando cerca de 10 mil passageiros/dia. A passagem custava apenas 1 cruzeiro, sendo gratuita para os estudantes. Também era permitido o uso de calção ou bermuda, e viajar sem camisa no reboque.
O último bonde da Ilha do Governador circulou em 10 de abril de 1965.
REFERÊNCIAS:
Ilha do Governador, Útil Melhoramento. A Imprensa. Rio de Janeiro. 19 junho 1909. p.5.
Melhoramentos para a Ilha do Governador. Gazeta de Notícias. 1921, agosto, 20. Primeira página.
Página lançada em 3 de maio de 2018.