Cachamby

Companhia Ferro-Carril Cachamby
1880 - 1909

Histórico

Em 10 de janeiro de 1880, através do Decreto nº 7.605, foram concedidos mais dois ramais à Companhia Ferro-Carril  Cachamby, o primeiro pelas ruas do Engenho de Dentro (atual Dias da Cruz), Mauá, Glória (atual Capitão Rezende) e Pedro Alvares Cabral, o segundo, pelas ruas Souza Barros, Jacaré, até a Praia Pequena, com um sub-ramal pela travessa do Engenho Novo até a estação do Riachuelo da Estrada de Ferro Dom Pedro II, e outro sub-ramal em toda a extensão da rua Garnier. Encontram-se construídos 2 km de linhas, sendo de 10 km a extensão total da linha e dos ramis concedidos. 

No dia primeiro de março de 1880, é aberto ao tráfego o primeiro trecho, entre a praça do Engenho Novo e local denominado Cachamby, no fim da rua Imperial.

Em novembro de 1880, a Companhia transporta 8.536 passageiros na sua linha entre o Engenho Novo e o fim da rua Imperial, atual rua Aristides Caire.

No dia 10 de março de 1881, inauguração do segundo trecho da Companhia Cachamby, com 600 metros de extensão, entre as ruas Imperial e Mauá. 

Entre janeiro e abril de 1881, a Companhia transporta 35.932 passageiros, na linha entre o Engenho Novo e a rua Mauá. 

No dia 29 de maio de 1881, é inaugurado o terceiro trecho, com 1,400 km de extensão, entre a rua Mauá e Todos os Santos.

Em maio de 1881 a Companhia transporta 10.414 passageiros, e no mês seguinte 15.251 passageiros.

No dia 4 de novembro de 1881, é inaugurado o ramal das Offcinas da Estrada de Ferro Dom Pedro II.

Em 1882, a companhia contava com 4,900 Km de linhas e frota de 5 carros de passageiros e um troly, explorando duas linhas, cada uma com tarifa de 100 réis, a primeira, entre o Engenho Novo e o Cachamby, com 21 viagens/dia/sentido, com intervalo mínimo de 40 minutos, e a segunda, com 11 viagens/dia/sentido, com intervalo mínimo de 45 minutos.

A Companhia transporta 26.377 passageiros entre janeiro e abril de 1882, nas suas linhas.

No dia 13 de março de 1886, através do Decreto nº 9.567, a Companhia Ferro Carril de Cachamby, após solicitação, recebe autorização para prolongamento da linha que vai à praça Marquez do Herval até a rua de Todos os Santos e autoriza a construção de  um novo ramal a partir da rua Dom Pedro II, na Cancella do Engenho de Dentro (Meyer), seguindo pelas ruas do Engenho de Dentro (atual Dias da Cruz) e Dona Adelaide, terminando na rua Serra do Matheus (Bocca do Matto).

Em junho de 1886, a Companhia Carris de Ferro de Vila Izabel incorpora as companhias Ferro Carril Villa Guarani, que possuía linhas entre a zona da Praia Formosa e a estação de São Cristóvão, e a Companhia Cachamby, que explorava linha entre o Engenho Novo e o Engenho de Dentro, passando pelo bairro de Cachamby. 

No dia 23 de outubro de 1886, é aberto ao público o prolongamento da Linha de Mauá, até a  Rua São Gabriel, no Cachamby.

No dia 12 de dezembro de 1886, é inaugurado o primeiro trecho do ramal da Bocca do Matto, até a rua da Glória, no Armazém do Pinheiro, atual rua José Veríssimo.

Linhas em 1888

Engenho Novo - Cachamby
Engenho Novo - Todos os Santos (atual rua José Bonifácio)
Engenho Novo - Bocca do Matto
Engenho Novo - Officinas

No dia 13 de maio de 1889, é inaugurada a estação do Meyer da Estrada de Ferro Central do Brasil, diminuindo a receita da Companhia. Em novembro de 1889, em função do balanço negativo da empresa, planejava-se erradicar as linhas deficitárias das Officinas e de Todos os Santos, e prolongar a linha do Cachamby até a Estrada de Ferro Rio do Ouro, a da Bocca do Matto até o Campo do Padilha, e da que vai a Matriz da Freguezia até a Praia Pequena.

Em 1892, são assentados os trilhos na rua José Bonifácio, até o leito da Estrada de Ferro Rio do Ouro, atual avenida Suburbana.

Em 1893, a companhia implanta novo ramal até o Engenho de Dentro, pela rua Doutor Dias da Cruz, sem nunca abrir ao tráfego, ao menos até março de 1895.

Em 1896 a Companhia contava com 16,687 Km de linhas de bitola de 0,82 m.

Em 1897, os carros da Companhia, que antes faziam ponto final no Meyer, passam a seguir até o Engenho Novo, sendo construída linha dupla entre as duas estações.

Em 1899, a Companhia Carris de Ferro de Vila Izabel entra em liquidação e é adquirida, por um pequeno preço, por um consórcio alemão que explorava o serviço telefônico da cidade. É firmado novo contrato, que consolida os atos que regem as três companhias: Villa Izabel, Cachambi e Villa Guarani.

Em novembro de 1905, a Rio de Janeiro Light and Power Company Limited, empresa constituída no Canadá em 1904, responsável pela geração e distribuição da eletricidade no Rio de Janeiro, adquire o controle acionário das companhias Ferro Carril de São Cristóvão, Ferro Carril de Vila Isabel e Carris Urbanos. Nesta data apenas as companhias Jardim Botânico, com linhas entre o centro e a zona sul, e a Companhia Ferro Carril Carioca, para o bairro de Santa Teresa, contavam linhas eletrificadas. A Light compromete-se em eletrificar e desenvolver as linhas adquiridas e também executar a implantação novas linhas eletrificadas em direção aos subúrbios.

Em 8 de maio de 1906 é feita petição ao Conselho Municipal para a aprovação do projeto de unificação das três companhias de carris, São Cristóvão, Villa Izabel e Carris Urbanos. Após discussões e conferências, foi promulgado o Decreto Nº 1.112 de 22 de novembro de 1906, autorizando o Prefeito a rever o contrato das três companhias. No dia 25 de junho de 1907 as três companhias assinam o contrato de unificação, com ligeiras modificações, aprovado pelo Conselho Municipal pelo Decreto Nº 1.142 de 16 de novembro de 1907.

A Companhia Ferro Carril Cachambi, sob o controle da light contava com 4 linhas de tração animal: 

Meyer - Bocca do Matto 

Meyer - Inhaúma

Meyer - Cachamby 

Todos os Santos - Inhaúma

Passageiros Transportados

1882            151.437

1883            220.661

1890            335.940

1891            410.328

1892            537.619

1893         1.103.354

1894         1.176.613

1895         1.179.474

Média diária de Passageiros

1890           922

1891        1.124

1892        1.472

1893        3.022

1894        3.223

1895        3.231

Linhas (Km)

1890          9,400

1891          9,400

1892          9,400

1893        16,687

1894        16,687

1895        16,687

1896        16,687

Veículos de Passageiros

1890          9

1891        10

1892        18

1893        17

1894        17

1895        18

Mulas

1890          72

1891          90

1892        100

1893        150

1894        160

1895        167

Sede da Companhia (1886): rua Dom Pedro II, nº 2, Engenho Novo, atual rua Archias Cordeiro.

REFERÊNCIAS:

A Companhia Ferro Carril de Cachamby. Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro. 4 dezembro 1880. p.2.

Cachamby. Gazeta da Tarde. Rio de Janeiro. 6 maio 1881. p.1.

A Companhia Ferro Carril de Cachamby. Gazeta da Tarde. Rio de Janeiro. 27 maio 1881. p.1.

A Companhia Ferro Carril de Cachamby. Gazeta da Tarde. Rio de Janeiro. 5 julho 1881. p.2.

Notas Suburbanas. Diário de Notícias. Rio de Janeiro. 23 outubro 1886. p.1.

Notas Suburbanas. Diário de Notícias. Rio de Janeiro. 10 dezembro 1886. p.2.

Companhia Ferro Carril de Cachamby, Acta da Assembléa Geral da Companhia. Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 14 dezembro 1889. p.5.

Chamamos a attenção ao Sr.Prefeito. Gazeta da Tarde. Rio de Janeiro. 2 março 1895. p.2.