1878 - 1916
Histórico
Em 24 de agosto de 1878, fusão de 4 empresas de bondes para formação da Companhia de Carris Urbanos, formada pelas Companhia Locomotora, Companhia Santa Theresa (só parte baixa), Companhia Carioca e Riachuelo e Companhia Carris Fluminense. A nova empresa com 55,220 km de linhas que cobriam toda a área central da cidade e seus terminais ferroviários e portuários, também realizava o transporte de cargas. Contava com 67 carros de passageiros, 52 de carga e 770 muares.
A companhia adotou a bitola de 0,82 metro por circular em ruas estreitas.
Em 1879, foram construídos 5.728,75 metros de linhas e estreitados 8.981,10 metros de bitola que pertenciam a Empresa de Sancta Thereza. Em conformidade com as cláusulas de constituição da Companhia Carris Urbanos do Decreto 7.007 de 24 de agosto de 1878, são reconstruídas as linhas em quase todas as ruas do centro da cidade, por exigência do governo, que pretendia erradicar a circulação de bondes em ruas estreitas, visando melhorar as condições de segurança dos pedestres. São erradicados 11,922 km de linhas, compreendendo a remoção de um trilho nas linhas da Empresa Sancta Thereza, construídas 5,728 km de novas linhas e reduzida a bitola em 8,931 km nas linhas que pertenciam a Empresa de Sancta Thereza. A Companhia contava com 68 carros de passageiros e 60 de carga.
Linhas em 1879
Carceller (atual Primeiro de Março) - Estácio de Sá
Carceller - São Diogo
Carceller - Plano Inclinado
Carceller - Rua do Príncipe
Praia Formosa - Túnel
Barcas - Praça 11 de Junho
Barcas - Estrada de Ferro, via Rua do Hospício
Barcas - Estrada de Ferro, via Theophilo Ottoni
Barcas - Saúde
São Francisco - Plano Inclinado
São Francisco - Lapa
Em julho de 1880, a Companhia anuncia o prolongamento de seus trilhos até o Senado, no Campo de Sant´Anna.
Em 1880, a Companhia contava com 14 linhas, implanta 1,825 km de novas linhas e remove 0,940 km , além de implantar cerca de 2 km de novas linhas na estação marítima.
Em 1881, a Companhia Carris Urbanos conta com 95 bondes para passageiro, 85 de carga e 1.590 muares. De acordo com o contrato de 10 de outubro de 1880, para o transporte de mercadorias entre a estação marítima e a residência dos destinatários, foi executado o assentamento de trilho interior nas ruas Imperatriz e Conceição, por acordo com a Companhia São Cristóvão, tornando as viagens mais rápidas e mais fácil o tráfego pelas ruas da Saúde.
Em setembro de 1881, a Companhia, prestando serviço aos exportadores, transporta 42 mil toneladas de café em vagões de carga.
No dia 17 de junho de 1882, através do Decreto 8.594, atendendo aos anseios da população, após a extinção de ramais em 3 ruas perpendiculares à rua Primeiro de Março, estabelecido no Decreto 7.007 de 24 de agosto de 1878, é dada autorização à Companhia de Carris Urbanos a modificar o plano de viação mencionado na cláusula 2ª do Decreto nº 7.007. Em 1882 a Companhia construiu 1,918 km de novas linhas. Pelo Decreto número 8.813 de 23 de dezembro de 1882, são aprovadas as plantas com as modificações aconselhadas pelo governo, atendendo aos interesses da viação pública. As obras são iniciadas no primeiro semestre de 1883.
No dia 8 de março de 1883, é iniciado o assentamento dos trilhos na rua da Saúde.
No dia 20 de outubro de 1883, através do Decreto nº 9.043, após solicitação, é dada permissão à ligação das 6ª e 12ª linhas da Companhia de Carris Urbanos, formando uma só linha, e devendo os respectivos carros subir pelas ruas Primeiro de Março (do portão do Arsenal de Marinha), General Câmara, Ourives, Hospício, Uruguayana, Largo da Sé, becco do Rosario, largo de S. Francisco de Paula (lados da rua do Ouvidor e da Igreja), rua do Theatro, praça da Constituição (lado do Theatro S. Pedro de Alcantara e Secretaria do Império), ruas do Visconde do Rio Branco, Inválidos, Rezende e Riachuelo, até á estação do plano inclinado de Santa Thereza; e descer pelas ruas do Riachuelo (da estação do plano inclinado), Inválidos, Visconde do Rio Branco, Regente, rua e praça da Constituição, rua Sete de Setembro, travessa e largo de S. Francisco de Paula, travessa do Rosário, largo da Sé, ruas do Rosário, Ourives, S. Pedro e Primeiro de Março até ao portão do Arsenal de Marinha.
Linhas em 1882
Barcas - Theophilo Otoni
Barcas - Saúde
Estrada de Ferro - Lapa
Praia Formosa - Túnel
Carceller - Estácio de Sá
Carceller - São Diogo
Carceller - Praça 11 de Junho
Barcas - Praça 11 de Junho
São Francisco - Plano Inclinado
Carceller - Plano Inclinado
Lapa - Praça 11 de Junho
Lapa - São Francisco
No dia 18 de novembro de 1883, inicia na Linha da Praia Formosa, a operação de novos bonds com 7 bancos que acomodam 4 passageiros.
Em 1883, a Companhia contava com 57 Km de linhas e 104 carros.
O Carceller, atual rua Primeiro de Março, por volta de 1890
No dia 27 de setembro de 1894, entra em vigor Portaria Municipal que limita a lotação dos bondes das companhias Jardim Botânico, Villa Isabel e São Christóvão, em 38 passageiros, sendo 4 passageiros por banco e 6 passageiros na plataforma traseira, proibindo o trânsito nos estribos e na plataforma dianteira, sob pena de multa. Nos carros de bitola estreita da Companhia Carris Urbanos só poderiam viajar 3 passageiros por banco e 4 na plataforma traseira.
Estação Dom Pedro II
A partir do dia 6 de setembro de 1884, a Companhia inicia suas operações às 3 da manhã.
No dia 29 de julho de 1885, inaugura a linha Ouvidor - Arsenal da Marinha, com o seguinte itinerário: Uruguayana (esquina com Ouvidor), Rosário, Ourives, Largo de Santa Rita, Visconde de Inhaúma, Primeiro de Março, até o portão do Arsenal da Marinha. Com a volta pelas ruas Primeiro de Março, Theophilo Ottoni, e Uruguayana até a esquina da Ouvidor. No mesmo dia é inaugurado um serviço especial entre a rua do Ouvidor e a Estrada de Ferro Dom Pedro II, via rua da Imperatriz.
Em 1896, a Companhia contava com 68 Km de linhas com bitola de 0,82 m. Em 1897 transportava uma média de 79 mil passageiros/dia, além do transporte de carga, basicamente sacas de café.
1900
Rua Primeiro de Março em 1903
Foto Luiz Musso
Coleção IMS
Em maio de 1903, a Companhia transporta 2.780.316 passageiros, sendo 378.313 gratuitos, numa média de 90 mil passageiros/dia.
No dia primeiro de junho de 1903, inaugura a linha especial de 200 réis, diferente dos convencionais de 100 réis, por terem 3 lugares em cada banco, separados por uma divisão, e tirados por parelhas novas.
No dia primeiro de agosto de 1903, a Companhia Carris Urbanos inaugura a linha circular, com o seguinte itinerário: Biblioteca Nacional, Santa Luzia, Carceller (Primeiro de Março), Assemblea, Carioca, Lavradio, até o ponto de partida. A empresa também operava a linha circular do Riachuelo.
Correio Paulistano, 06/09/1903
No segundo semestre de 1905 e quase todo o ano de 1906 a companhia sofreu grandes prejuízos em função da paralisação do tráfego da linha da rua 7 de Setembro, devido às obras de abertura da Avenida Rio Branco.
Antiga Câmara e Cadeia e Igreja de São José
na rua da Misericórdia
Vista da rua Uruguayana sentido Largo da Carioca, na
altura da rua da Prainha, atual rua Leandro Martins
Cartão PostalAmplia
Rua do Passeio em 1907 com trilho compartilhado dos bondes
elétricos de bitola larga da Companhia Jardim Botânico
Foto Augusto Malta
Estação das Barcas
Cartão Postal
No dia 20 de maio de 1909, é suspenso o tráfego dos bondes de tração animal na rua Frei Caneca e Campo de Sant´Anna (lado Bombeiros), para a realização dos trabalhos de eletrificação.
Em setembro de 1909, prosseguiam os trabalhos de substituição das linhas de tração animal das companhias Villa Isabel, São Christóvão e Carris Urbanos. As principais linhas da Companhia Villa Isabel até o Engenho de Dentro já se encontravam eletrificadas, faltando apenas construir as linhas referidas na cláusula 8ª do Contrato de 6 de novembro de 1907 e substituir a tração e bitola das atuais linhas de Cachamby, entre São Francisco Xavier e o Meyer, e entre o Meyer e seus pontos terminais em ambos os lados da Estrada de Ferro Central do Brasil. As linhas da Companhia São Christóvão já se encontravam eletrificadas, faltando muito pouco para concluir os trabalhos de substituição da bitola e mudança de tração. Na Carris Urbanos, prosseguiam os trabalhos de substituição da tração e da bitola, prevendo sua conclusão para o fim de 1909.
Ponto final no Largo da Lapa, por volta de 1909
Instalações da Carris Urbanos na rua Larga de São Joaquim, atual Avenida Marechal Floriano, depois ocupada pela sede da Light.
No dia 23 de novembro de 1909, é inaugurada a linha de bonde elétrico Silva Manuel, junto com a entrega da nova linha dupla da rua 7 de Setembro, substituindo os antigos bondes de tração animal da Companhia Carris Urbanos.
Em 1910 a Light conclui a eletrificação das linhas das antigas companhias São Cristóvão, Villa Isabel e Carris Urbanos, arrendadas pela empresa.
Em 28 de setembro de 1911, a Companhia Linha Circular Suburbana de Tramways inaugura a linha de bonde de tração animal, com 5,7 km de extensão, entre a estação do Magno da Linha Auxiliar em Madureira e o Largo da Matriz no bairro no Irajá. O percurso era efetuado em 40 minutos, com bondes de segunda-mão adquiridos da Companhia Carris Urbanos.
Em 18 de dezembro de 1916, finalmente, as companhias Villa Izabel, São Christovão e Carris Urbanos foram unificadas e integradas a Rio de Janeiro Tramways, Light and Power.
Passageiros Transportados
1879 12.006.456
1880 9.410.141
1881 10.455.235
1882 10.811.873
1883 11.499.046
1890 15.360.168
1883 11.499.046
1890 15.360.168
1891 17.761.338
1892 18.727.247
1893 19.624.588
1894 25.848.941
1895 27.279.752
1899 29.930.340
1903 30.517.408
1905 39.912.592
1905 39.912.592
Média diária de Passageiros
1890 42.082
1891 48.661
1892 51.307
1893 53.765
1894 70.819
1895 74.739
Linhas (Km)
1890 62
1891 62
1892 68
1893 68
1894 68
1895 68
Frota Passageiros Cargas
1882 95 84
1884 97 84
1886 101 88
1888 105 125
1890 146 188
1882 95 84
1884 97 84
1886 101 88
1888 105 125
1890 146 188
1891 146 188
1892 147 194
1893 147 194
1894 150 138
1894 150 138
1895 150 138
Mulas
1890 1.713
1891 1.713
1892 1.849
1893 1.849
1894 1.984
1895 2.051
REFERÊNCIAS:
Primeiro Relatório da Companhia de Carris Urbanos, apresentado á Assembléa Geral dos Senhores Accionistas, em sessão de 4 de março de 1880.
A Companhia de Carris. Gazeta da Tarde. Rio de Janeiro. 20 julho 1880. p.2.
A Companhia Carris Urbanos. O Globo. Rio de Janeiro. 11 outubro 1881. p.3.
A Companhia de Carris. Gazeta da Tarde. Rio de Janeiro. 20 julho 1880. p.2.
A Companhia Carris Urbanos. O Globo. Rio de Janeiro. 11 outubro 1881. p.3.
Relatório da Companhia de Carris Urbanos, apresentado á Assembléa Geral dos Senhores Accionistas, em sessão de 28 de fevereiro de 1883.
A Companhia de Carris. Gazeta da Tarde. Rio de Janeiro. 06 setembro 1884. p.1.
A Companhia Carris Urbanos inaugurou. O Paiz. Rio de Janeiro. 02 junho 1903. p.2.
Companhia Carris Urbanos, Relatório da Directoria. O Paiz. Rio de Janeiro. 25 setembro 1909. p.10.
A Rua 7 de Setembro. A Notícia. Rio de Janeiro. 23 novembro 1909. p.3.
Página lançada em 10 de setembro de 2019.
A Companhia de Carris. Gazeta da Tarde. Rio de Janeiro. 06 setembro 1884. p.1.
A Companhia Carris Urbanos inaugurou. O Paiz. Rio de Janeiro. 02 junho 1903. p.2.
Companhia Carris Urbanos, Relatório da Directoria. O Paiz. Rio de Janeiro. 25 setembro 1909. p.10.
A Rua 7 de Setembro. A Notícia. Rio de Janeiro. 23 novembro 1909. p.3.
Página lançada em 10 de setembro de 2019.
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