sábado, 5 de maio de 2018

São Christóvão

Rio de Janeiro Street Railway
Companhia São Christóvão

1869 - 1916

Histórico

No dia 23 de junho de 1869, através do Decreto Nº 4.383 é concedida permissão à Companhia Street Railway de implantar uma segunda via na linha da Tijuca e construir os ramais da Cancella e Rio Comprido.

Em 1869, início do assentamento dos trilhos do ramal da Tijuca, da companhia Rio de Janeiro Street Railway, aproveitando o leito da antiga E.Ferro da Tijuca (1859-1866).

Em setembro de 1869, início do assentamento dos trilhos da Rio de Janeiro Street Railway – RJSR. Já no dia 25 de novembro é inaugurada a primeira linha da RJSR, entre o Largo São Francisco de Paula e São Cristovão, com 14,4 km de extensão.

No dia 8 de março de 1870, inauguração da segunda linha da Rio de Janeiro Street Railway - RJSR, para o Andaraí (Tijuca), com 13,6 km de extensão, até a localidade de Segunda-Feira. No decorrer do ano,  são inauguradas as seguintes linhas:

Sacco do Alferes, 30 de junho, 4,900 km
Catumbi, 12 de novembro, 3,900 lm
Caju, 15 de dezembro, 2,150 km

A linha do Sacco do Alferes tinha ponto final no fim da Rua do Livramento. Os carros eram amarelos, com luzes amarelas à noite.

No dia 14 de  janeiro de 1871, inauguração das  linhas de bonde da Haddock Lobo e Rio Comprido da Rio de Janeiro Street Railway Company.

Ramais da Rio de Janeiro Street Railway em 1871:

São Christóvão, 14,435 Km, inaugurado em 25/11/1869
Tijuca, 13,563 Km, 08/03/1870
Sacco do Alferes, 4,926 Km, 30/06/1870
Catumby, 3,856 Km, 12/11/1870 
Caju, 2,150 Km, 15/12/1870 
Rio Comprido, 1,634 Km, 14/01/1871
Cancella e Pedregulho, 2,235 Km, 01/04/1871

No dia primeiro de abril de 1871, inauguração do ramal da Cancella da Rio de Janeiro Street Railway, com 2,235 km.

No dia 28 de outubro de 1872, através de ofício, a Companhia RJSR solicita o prolongamento de suas linhas até a Rua Primeiro de Março. O pedido é indeferido.

Em 1872, a Rio de Janeiro Street Railway Company contava com  37,896 km de linhas.

No dia 3 de junho de 1873, de acordo com a deliberação da assembleia geral dos acionistas, a Rio de Janeiro Street Railway Company transfere sua sede de New York para o Rio de Janeiro, passando a ser denominada Companhia Ferro Carril de São Cristóvão,  de acordo com os  novos estatutos aprovados pelo  Decreto Nº 5.466 de 12 de novembro de 1873. A Companhia contava nesta época com  150 bondes de diversos tipos e 2.000 muares. Nesse ano a companhia recebe autorização para estender suas linhas pela Rua Bella de São João e outras do bairro de São Christóvão. 

No dia 11 de junho de 1873, através do Decreto Nº 5.307 a Companhia São Cristóvão recebe autorização para instalar dois novos ramais, o primeiro,  na rua do Bispo,   e o segundo na Rua Desembargador Isidro, para a Linha Fábrica das Chitas. Os ramais são instalados nas condições expressas no Decreto Nº 4.383 de 23 de junho de 1869. Os ramais são instalados no mesmo ano.

Linhas da Companhia em 1873

Ponto Inicial: Largo São Francisco de Paula

Tijuca
Rio Comprido
São Christóvão
Ponta do Caju
Cancella
Pedregulho
Catumby
Saúde
Sacco do Alferes


Estação da Companhia São Christóvão no Largo São Francisco de Paula em 1873


No dia 24 de dezembro de 1875, através do Decreto nº 6.073, atendendo aos pedidos dos moradores, é concedida à Companhia São Christovão autorização para prolongar seus trilhos pela rua da Praia do Retiro Saudoso.

Em 1875, a Companhia São Christóvão contava com 83 bondes e 39,456 km de linhas com bitola de 1,30 m, transportando nesse ano 7.979.376 passageiros.

Em 1876, Companhia São Christóvão recebe autorização para implantação de linha na Rua Bella de São João e Alegria até o Largo de Benfica, através do Decreto nº 6361 de 25 de outubro de 1876.

Em 1877, a Companhia São Christóvão inaugura nova linha pela Rua Bella de São João, desde a rua do Pau-Ferro até a rua da Alegria (atual Avenida Brasil), com 1,580 km de extensão. A Companhia, que já contava com 89 carros, passa a contar com 38,401 Km de linhas. 

Em 1877, encontrava-se pendente o pedido da Companhia para prolongar seus trilhos na rua São Januário, a partir da  Cancella.

No dia 25 de outubro de 1881, através do Decreto n. 6.361 é concedida à Companhia São Christóvão autorização para prolongar seus trilhos pelas ruas Bella de S. João e da Alegria até o Largo de Bemfica.

Em 1881, a Companhia São Christóvão conta com 56,727 km de linhas, 75 carros abertos e 28 fechados, além de 1.608 muares e 7 linhas em operação: 

Caju
Fabrica das Chitas (atual Praça Sáenz Peña)
Tijuca (até a Raiz da Serra)
Sacco do Alferes
Catumby
Bispo
São Januário

Em função dos resultados satisfatórios das experiências realizadas com tração a vapor nos percursos além da estação do Mangue, foi autorizada a companhia a empregar a mesma tração na linha da Tijuca, para o que dispõe de uma locomotiva "Baldwin Locomotive Works".

"Os bondes da linha da Tijuca são puchados por uma locomotiva de número 126 A, da rua Conde de Bonfim até o ponto terminal da linha (Raiz da Serra); a locomotiva não trabalha sinão: de manhã das 7h e 39 min. ás 9 e 39, e de tarde das 2h e 59 min. ás 6 e 39. Gasta a locomotiva quer na subida, quer na descida cerca de 5 minutos. Nas outras horas do dia os carros são puchados por 3 ou 4 animaes." - Guia do Viajante do Rio de Janeiro de 1881.

Em 1881 é substituída a estação da Tijuca. A Companhia também contava com estações no Largo São Francisco de Paula e outra na rua Visconde de Itauna.

No dia 17 de junho de 1882, através do Decreto 8.595, é aprovado o acordo celebrado pela Companhia Carris Urbanos e de São Christóvão para o estabelecimento das linhas 7ª e 8ª , mencionadas na cláusula 2ª das que baixaram com o Decreto nº 7.007 de 21 de agosto de 1878.

Em 1882, a Companhia São Christóvão prolonga a linha da Estrella em mais 400 metros através da rua da Conciliação.

No dia 18 de agosto de 1883, através do Decreto nº 8.991, a Companhia São Christóvão recebe autorização para prolongar a linha da rua Barão de Itapagipe até a frente da matriz da freguesia do Engenho Velho.

No dia 18 de dezembro de 1883,  a Companhia São Christóvão inaugura o prolongamento de 962 metros da linha da rua do Bispo com um ramal pela rua Barão de Itapagipe e outro ramal pela rua Santa Alexandrina. A companhia contava no início do ano com 79 carros abertos e 27 fechados.

Em 1883, com 105 carros e 55 km de linhas, a Companhia transporta 10.934.747 passageiros.

No dia 16 de fevereiro de 1884, através do Decreto n.9.635, após solicitação,  a Companhia São Christovão recebe autorização para modificação do traçado que se refere o Decreto n. 8.991 de 18 de Agosto de 1883. O novo decreto concede à companhia permissão para destacar da linha da rua do Haddock Lobo um ramal até á frente da Matriz da Freguezia do Engenho Velho, na rua de S. Francisco Xavier, e para prolongar a linha da rua do Bispo, no Rio Comprido, pela rua do Barão de Itapagipe, até ao fim desta.

No dia 17 de junho de 1884, foi entregue ao tráfego 3,565 km de linhas no ramal de Estácio de Sá da Companhia São Christovão, referentes ao Decreto 8.594 de 17 de junho de 1882, que aprovava o acordo celebrado com a companhia Carris Urbanos para permuta das linhas do Estácio de Sá e Sacco do Alferes.

Em 1887, a Companhia São Christóvão com 113 carros e 56,278 km de linhas, transporta 10.657.238 passageiros.


Carro da Companhia São Christóvão, passando em frente ao Real Gabinete Português de Leitura,  a caminho do Largo de São Francisco. Foto Marc Ferrez, por volta de 1890 


Intervalo Mínimo, em minutos,  nas principais  companhias de carris  em 1890:

Carris Urbanos                          3 
Jardim Botânico                      10 
Villa Izabel                              15 
Plano Inclinado (Santa Teresa) 15 
Companhia São Christóvão 20 
Jacarepaguá                          70

Linhas da Companhia São Christóvão em 1892

Alegria
Caju
Pedregulho
São Januário
Campo de São Christovão
Coronel Figueira de Mello
Bispo
Estrella
Santa Alexandrina
Itapagipe / Estácio
Catumby 
Tijuca
Uruguay
Fábrica
São Francisco Xavier

(1) Ponto inicial no Largo São Francisco de Paula

Largo de São Francisco de Paula por volta de 1890
Foto Marc Ferrez
Coleção Instituto Moreira Sales

Largo de São Francisco de Paula por volta de 1890
Foto Marc Ferrez
Amplia


No dia 27 de setembro de 1894,  entra em vigor Portaria Municipal que limita a lotação dos bondes das companhias Jardim Botânico, Villa Isabel e São Christóvão,  em 38 passageiros, sendo 4 passageiros por banco e 6 passageiros na plataforma traseira, proibindo o trânsito nos estribos e na plataforma dianteira, sob pena de multa. Nos carros de bitola estreita da Companhia Carris Urbanos só poderiam viajar 3 passageiros por banco e 4 na plataforma traseira.

Em 1896, a Companhia contava com 62,589 km de linhas, com bitola de 1,37 m.

Em 1897, segundo o Relatório da Secção de Fiscalização de Carris, Eletricidade e Estradas de Ferro Municipaes,  todas as companhias de carris vinham prestando um bom serviço à população, com exceção das companhias São Christóvão, que não respeitava muito bem os horários, e das companhias Jacarepaguá e Sepetiba, com material rodante desgastado e tráfego deficiente.

Em 1899, a Companhia transporta 18.579.150 passageiros.

No dia 16 de julho de 1900, inauguração do ramal da Rua Aguiar, na Tijuca.

Em 1900 a Companhia São Christóvão, com cerca de 130 carros de tração animal,  transporta  16.462.021 passageiros pagantes, contra 18.579.151 em 1899. Nesse ano a companhia inaugura os prolongamentos das linhas da Alegria, com 1.011 metros,  e do Jockey Club, com 1.358 metros, até o Largo de Bemfica. 

Relatório da Directoria 1900

Rua Luís de Camões em 1900


Em 14 de junho de 1901, início do "quebra-quebra", contra o aumento das tarifas de bonde, que durou 6 dias e incendiou 26 bondes da Companhia São Christóvão. A companhia em tráfego normal contava com cerca de 117 carros.

No período 1905-1907 a Companhia adquire oito carros de passageiros, de oito bancos cada um.




Em maio de 1905, a Prefeitura do Distrito Federal aprova o pedido de transferência da Companhia São Christóvão para a Companhia Light and Power.

Em 1906, a companhia contava com 64 km de linhas, com bitola de 1,35 m.

No dia 8 de maio de 1906, é feita petição ao Conselho Municipal para a aprovação do projeto de unificação das três companhias de carris, São Cristóvão, Villa Izabel e Carris Urbanos. Após discussões e conferências, foi promulgado o Decreto Nº 1.112 de 22 de novembro de 1906, autorizando o Prefeito a rever o contrato das três companhias. No dia 25 de junho de 1907 as três companhias assinam o contrato de unificação, com ligeiras modificações, aprovado pelo Conselho Municipal pelo Decreto Nº 1.142 de 6 de novembro de 1907. O contrato definitivo é assinado na Prefeitura no mesmo dia. A The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company Limited figura na qualidade de fiadora perante à Prefeitura Municipal, pelo fiel cumprimento de todas as condições e obrigações do contrato.


Campo de São Christóvão em 1907

Bonde de tração animal na rua Conde de Bonfim
Cartão postal circulado em 1908


Em 1908, prosseguiam as obras de eletrificação das linhas.

No dia 18 de dezembro de 1916, finalmente, as companhias Villa Izabel, São Christovão e Carris Urbanos são unificadas e integradas a Rio de Janeiro Tramways, Light and Power.

Passageiros Transportados

1870          3.167.574
1872          5.816.388
1876          8.113.033
1877          8.470.446
1879          9.448.620
1888        11.779.963
1890        14.143.664
1891        18.319.668
1892        19.339.005
1893        20.147.582
1894        22.943.271
1895        22.146.859
1897        19.324.828
1899        18.579.150
1903        21.236.997
1904        18.344.885 
1905        23.251.770
1906        25.114.602

Média diária de Passageiros

1890        38.748
1891        50.191
1892        52.958
1893        55.198
1894        62.858
1895        60.067

Extensão das linhas (Km)

1890        57,951
1891        57,951
1892        57,951
1893        60,480
1894        62,580
1895        62,880

Veículos de Passageiros

1890        117
1891        127
1892        127
1893        126
1894        128
1895        131

Mulas

1890        2.073
1891        2.259
1892        2.176
1893        1.809
1894        1.813
1895        1.897

Sede (1886): rua Visconde de Itaúna, 307, Mangue, atual Avenida Presidente Vargas


REFERÊNCIAS:


Pela Prefeitura foi deferido o pedido. O Paiz. Rio de Janeiro. 24 março 1905. p.1.

Página lançada no dia 5 de maio de 2018.

Locomotora

Companhia Locomotora
1865 - 1878

Resumo Histórico

No dia 20 de dezembro de 1865, é organizada a Companhia Locomotora, aprovada pelo do decreto 3.568 de 20 de dezembro de 1865, destinada principalmente para o transporte de sacas de café entre a estação Dom Pedro II, o porto, os armazéns e o centro comercial, com linhas nos bairros da Gamboa e Saúde.  Nota-se que nessa época, a Estrada de Ferro Dom Pedro II ainda não contava com o ramal da Marítima, inaugurado somente em 1880.

No dia 20 de fevereiro de 1871, através do Decreto Nº 4.698 do Governo Imperial, é aprovada a planta (projeto) e são estabelecidas as cláusulas para execução da primeira linha da Companhia Locomotora, concedida através do decreto 3.568 de 20 de dezembro de 1865. A linha entra em operação em serviço experimental no dia primeiro de agosto de 1871.

A Companhia Locomotora, em 1871,  foi a quarta empresa de carris da a entrar em atividade na cidade, após as companhias Carris de Ferro da Tijuca (1859), Botanical Rail Garden (1868), e Rio de Janeiro Street Railway Company (1869).

No dia primeiro de agosto de 1871, ainda em testes, inauguração da primeira linha de bonde de tração animal da Companhia Locomotora, com bitola de 0,82 m e 12,5 km de extensão, com linhas entre a Estação Dom Pedro II e o centro comercial da cidade, atendendo também aos bairros da Saúde e Gamboa. 

No dia 25 de setembro de 1872, inauguração do alargamento da rua da Saúde, pela Companhia Locomotora, que contava  com 12,5 km de linhas em operação.

Em 1873, a Companhia Locomotora inicia o serviço de transporte de passageiros, antes exclusivo ao transporte de cargas. Contava com 18,255 Km de linhas, frota de 57 bondes e 504 muares. 

No dia 14 de março de 1873, a Companhia recebe autorização para prolongar suas linhas, a partir da Rua Teófilo Otoni, passando pelas ruas Uruguaiana e Rosário, seguindo até o mar, entrando na Primeiro de Março, Praça Dom Pedro II, ao lado do Hotel de France, até encontrar os trilhos já existentes das ruas do Mercado e Teófilo Otoni. 

Em 1873  também foi concedido ao Dr. Luiz Bandeira de Gouvêa e Carlos Fleiuss a implantação de trilhos para o transporte de carga nas ruas do Hospício. Alfândega, São Pedro e General Câmara, a serem percorridos pelos carros da Companhia Locomotora. No dia 29 de janeiro de 1875, através de escritura a Empreza Fleuissf transfere a concessão de sua linha à Companhia Locomotora, transferência esta que foi aprovada pelo decreto 5.878 de 20 de fevereiro de 1875.

No dia 23 de janeiro de 1874, é inaugurado o prolongamento das linhas da Companhia Locomotora pelas ruas Uruguaiana, Rosário, Primeiro de Março e Praça Dom Pedro II, até encontrar os trilhos já existentes das ruas do Mercado e Teófilo Otoni. 

A Companhia Locomotora, além do transporte de passageiros continuava a realizar o transporte de carga em maior escala que às demais companhias. Contava com 23 carros de passageiros e 55 vagões diversos para mercadorias. Sua estação central se localizava na rua Larga de São Joaquim, atual Marechal Floriano, que abrigava armazéns e oficinas, onde construía e mantinha seus carros.

No dia primeiro de fevereiro de 1875, a Companhia Locomotora inaugura o serviço de passageiros pelas ruas Uruguayana e do Rosário. 

Em 1875, com 27 carros de passageiros e 21 km de linhas de bitola de 0,82 m, a Companhia Locomotora transporta 3.197.238 passageiros.

Em 1876, Companhia Locomotora contava com 3 estações: Rua Larga de São Joaquim (atual Marechal Floriano), da Prainha e do Lazareto.

Através de portaria, no dia 12 de abril de 1877, é permitido à Companhia Locomotora transportar passageiros nas linhas das ruas do Príncipe e Princeza dos Cajueiros, como também assentar trilhos nas ruas da Costa e Nuncio, afim de ligar as ruas do Príncipe e Princeza dos Cajueiros até a rua da Alfândega e Largo de São Joaquim.

Ainda em 1877, Companhia Locomotora assenta trilhos nas ruas do Nuncio, Larga de São Joaquim e do Costa, autorizadas pela portaria de 12 de abril de 1877. A companhia passa a contar com 21,597 km de linhas.

No dia 28 de agosto de 1877, as companhias Fluminense, Locomotora, Santa Thereza e Riachuelo solicitam pedido para se fundirem numa só. O pedido só é autorizado no dia 24 agosto de 1878, através do Decreto nº 7.007.

No dia 24 de agosto de 1878, fusão de 4 empresas de carris criando a Companhia de Carris Urbanos, formada pelas Companhia Locomotora, Companhia Santa Theresa (só parte baixa), Companhia Carioca e Riachuelo e Companhia Carris Fluminense. A nova empresa com 55,220 km de linhas que cobria toda a área central da cidade e seus terminais ferroviários e portuários, também realizava o transporte de cargas. Contava com 67 carros de passageiros, 52 de carga e 770 muares. Em 1907 a empresa passa para o controle da companhia "Rio de Janeiro Tramway Light and Power", quando suas linhas são eletrificadas.


Marcelo Almirante
Página lançada em 5 de maio de 2018















quinta-feira, 3 de maio de 2018

Ilha do Governador

Companhia de Melhoramentos da Ilha do Governador
Viação Elétrica da Ilha do Governador

1922 - 1965

Histórico

Em junho de 1909, a Prefeitura aprova os estudos para implantação de uma linha de carris elétricos entre o bairro de Bemfica e a localidade de Freguesia, na Ilha do Governador, com 18 Km de extensão, via Engenho de Pedra, em frente à Ilha do Fundão.

No dia 20 de agosto de 1921, são desembarcados no porto do Rio de Janeiro os trilhos para a construção da primeira linha de bonde da Ilha do Governador.

No dia 4 de outubro de 1922, a Companhia de Melhoramentos da Ilha do Governador inaugura   a primeira linha de bonde elétrico da Ilha , ligando a Praia do Zumbi à Praia da Freguesia, passando pela praia de Cocotá. Os horários dos bondes correspondiam com as barcas na ligação entre a Ribeira e a Praça XV. A linha, com 6,7 km de extensão, tinha bitola de 1,44 metros, a mesma da Companhia Jardim Botânico. A linha servia as praias do Zumbi, Canto, Pitangueiras, Bandeira, Cocotá, Paranapuan e Freguesia. Planejava-se ainda prolongar a linha até o Galeão.

Em 1923, a Companhia de Melhoramentos da Ilha do Governador comunica ao prefeito a necessidade de suspensão do tráfego de bondes, devido à companhia Cantareira não ter iniciado o serviço de barcas na ponte da Ribeira.

Em 13 de julho, através do Decreto Nº 3.572 é concedido auxílios para a Companhia Melhoramentos da Ilha do Governador, na forma de isenção de impostos. Em função do baixo volume de passageiros, a companhia não tinha condições de manter em boas condições o sistema de carris.

No dia 24 de abril de 1933, após acordo amigável, a Companhia de Melhoramentos da Ilha do Governador é encampada pela municipalidade, sendo então criada a Viação Elétrica da Ilha do Governador.  A companhia Melhoramentos era deficitária e não fazia a devida manutenção dos carros, decorrente dos preços baixos das passagens que não aumentavam há 40 anos. A Prefeitura assume a companhia por que ela não tinha mais condições de operar e cumprir o contrato assinado com a municipalidade em 22 de dezembro de 1920.

Em 1941, a linha foi prolongada da Freguesia ao Bananal. Toda a linha era operada em via única, com um desvio em Cocotá para a ultrapassagem dos bondes.


Depósito do Cocotá em 1939
Coleção Jaime Moraes

Obras em dezembro de 1941. Foto Uriel Malta

Avenida Paranapuan com rua rua Marquês de Muritiba em 1948
Coleção Jaime Moraes
Depósito dos bondes do Cocotá em 1953

Ilha do Governador em 1965
Foto Arquivo Nacional



Passageiros Transportados

1944 - 5.477.000
1945 - 4.279.000
1946 - 5.383.000
1947 - 5.460.000
1948 - 5.384.000
1955 - 5.198.000
1956 - 2.650.000
1957 - 2.700.000
1958 - 2.606.000
1960 - 2.627.000
1961 - 2.507.000

Em maio de 1963,  a população da Ilha do Governador reclamava do plano de extinção de sua única linha de bonde, com 7 km de extensão entre a  Ribeira e o Bananal, transportando cerca de 10 mil passageiros/dia. A passagem custava apenas 1 cruzeiro, sendo gratuita para os estudantes. Também era  permitido o uso de calção ou bermuda, e viajar sem camisa no reboque.




O último bonde da Ilha do Governador circulou em 10 de abril de 1965.


REFERÊNCIAS:

Ilha do Governador, Útil Melhoramento. A Imprensa. Rio de Janeiro. 19 junho 1909. p.5.

Melhoramentos para a Ilha do Governador. Gazeta de Notícias. 1921, agosto, 20. Primeira página.

Página lançada em 3 de maio de 2018.